Foram quinze dias a cuidar vinte e quatro, sobre vinte e quatro horas, durante quinze dias, da minha adorada neta, Laurinha. Fez-me recuar trinta anos, só que agora com mais idade e consequentemente menos força. Todavia, foram dias de muito amor, carinho e dedicação. As preocupações e os trabalhos advenientes foram também muitos. Sendo isso uma realidade insofismável, também não é menos verdade que, como dizia a minha falecida mãe, “não são as dores dos braços que matam uma pessoa, mas as do coração”.
Para além do cuidar do minha Joiinha, esta semana tudo se acumulou, uma vez que o calendário não perdoa. Houve que lavrar, fresar e abrir regos para semear milho, feijão e abóboras. E para quem acha que tudo é fácil, experimentem andar três dias seguidos em cima de um tractor e depois digam algo. Como sempre honra e louvor aos amigos que nas horas difíceis não falham.
A terminar a semana, a matança de dezenas de frangos e da porca. Perguntarão os meus caros leitores? Qual o problema em adiar estas últimas tarefas para a(s) próxima(s) semana(s)? Pois, à primeira vista é o que a todos parece mais curial. Contudo, nem sempre o óptimo é possível. Falo por estas aldeias em redor. Conseguir alguém para matar frangos, depená-los e amanhá-los, bem como encontrar uma pessoa para matar um suíno é cada vez mais impossível, pelo que temos de estar sujeitos às respectivas agendas. Aliás, não me admira nada que um dia destes não se consiga ninguém para tais serviços por muito que se queira pagar e bem. Não é por acaso que, hoje-em-dia, a esmagadora maioria das casas aldeãs nem uma galinha cria.
Bem, resta falar do melhor: ontem com uma sarrabulhada reuni variadíssimos amigos à mesa. Hoje com umas iscas de cebolada e rojões outros amigos estiveram presentes. Sou suspeito, mas, de acordo com os comentários, a gastronomia não deslustrou. Bem pelo contrário.