Para uma certa esquerda, ou melhor, pseudoesquerda, também conhecida por esquerda caviar, tudo o que é fracturante tem sentido e, por isso, deve ser o caminho a trilhar. Como é óbvio, o ensino não é excepção e algumas aulas de Cidadania e Desenvolvimento Pessoal, i.e., naquelas em que os respectivos docentes seguem à risca os conteúdos mais radicais desta, são um bom exemplo.
Não acreditam? Vejam este exemplo, ocorrido numa escola do Alentejo, onde num teste de Português, mas tendo em conta os aludidos conteúdos daquela disciplina, havia uma pergunta polémica, a qual tinha duas opções, ambas sobre o tema da prostituição. "Coloca-te na pele de uma jovem mulher que caiu numa rede de prostituição. Escreve, com cuidado, um texto (150-180 palavras) em que reveles as circunstâncias que conduziram ao crime e o drama vivido pela vítima, através dos seus pensamentos", lê-se no enunciado da prova, seguindo-se outra opção: "Coloca-te na pele de um explorador sexual. Escreve, com cuidado, um texto (150-180 palavras) em que reveles as circunstâncias que conduziram ao crime e os argumentos para aceitação/rejeição do mesmo pelo criminoso, através dos seus pensamentos."
Ora, para alunos(as) do 8º ano não está nada mal. Obrigar adolescentes de treze/catorze anos a analisar o drama da prostituição é no mínimo bizarro. Um dia destes ser-lhes-á indagado algo a ver com o aborto ou a eutanásia.
Não sou puritano. Longe disso. Porém, há limites que, de modo algum, devem ser ultrapassados. Nessa ordem de ideias, se me perguntarem se tais questões se podem colocar a discentes do 12º ano, não coloco qualquer entrave. Agora do 8º ano? Francamente.