O Ministério da Educação recentemente divulgou os resultados das provas de aferição realizadas no final do ano lectivo transacto. E, pasme-se, apesar destas provas se realizarem após dois anos em que os alunos, pelo menos durante algum tempo, estiveram em casa, i.e., tiveram ensino à distância, a performance académica destes aumentou. É caso para repetir “só contaram para você”!
Ora, das duas uma, ou melhor, das duas, duas: ou as provas foram extraordinariamente fáceis e/ou os critérios de correcção eram tão latos que a ordem deveria ter sido para aproveitar tudo e mais alguma coisa.
É evidente que houve também uma imperiosidade em transmitir uma leitura política da situação. A primeira prende-se com o facto de não ter sido fundamental a ausência, durante praticamente o ano inteiro, de docentes nas escolas; a outra pretende dar a entender que os professores e os alunos estarem na escola – no sentido físico – é despiciendo.
Já gora, com resultados tão bons, o porquê de se ter dado ordem às escolas para organizarem estratégias de recuperação de matérias dadas nestes dois anos em durou a pandemia?