É do conhecimento geral que quem fala muito imensas vezes o faz sem sentido. Aliás, similarmente e algo do género sarcástico, há quem afirme que quem muito faz muito erra, pelo que é preferível nada fazer, pois assim a ausência de erros é total.
Assim tem acontecido com o nosso Presidente da República (PR). Comenta tudo e sobre todos tem opinião. Desde que lhe coloquem um microfone à frente não resiste a proporcionar-nos uns bitaites, seja no âmbito do futebol, da política, do social, do ambiente, da religião, etc., etc.
É evidente que as suas últimas declarações sobre o número de casos de pedofilia dentro da Igreja Católica foram profundamente infelizes. Não há volta a dar: são lamentáveis a qualquer nível. Todavia, igualmente muito, muito estranho é o apoio que António Costa hoje lhe expressou.
Sendo o único político a ter esta postura, tal joga muitíssimo mal com a solidariedade institucional entre Governo e PR. Não tenho a menor dúvida que este apoio irá ser pago, por parte do primeiro magistrado da Nação, com língua de palmo. Não joga a bota com a perdigota. Como todos muito bem sabemos, se existe pessoa que não dá ponto sem nó, é o primeiro-ministro. Um dia destes exigirá amor, sublinhando que amor com amor se paga.