Aquilo que há muito esperava finalmente aconteceu.
Após 45 anos de serviço docente, onde ocupei todas as funções, desde o “simples” professor provisório, hoje designado contratado, até o de presidente do conselho executivo, tendo dado aulas desde o norte ao sul do país, indo, inclusive, mais além, i.e., para paragens além-fronteiras, ensinando ou tentando ensinar crianças, adolescentes e jovens, desde o 5º até ao 12º ano, da forma que melhor soube, posso – ufa, até que enfim! – anunciar que estou aposentado.
Desvinculado de todo e qualquer serviço, não deixo de ser docente, pois, caso contrário, era negar-me. Professor um dia, professor toda a vida. Aliás, não é por acaso que continuo a visitar os mesmos sites e tudo o que se relaciona com ensino é, de imediato, alvo de primeira atenção.
Resta a saudade de muitos alunos, funcionários e colegas. De outros nem tanto, para não dizer nenhumas. É a vida! E saber que, liberto de algumas amarras – quem nunca as sentiu? -, continuarei a escrever sobre o que mais me apaixona: o de transmitir às novas gerações – abro um parêntesis, para lembrar a minha querida Laurinha - as maravilhas de um mundo novo.
Uma nova página se abre. Solto de horários rígidos e de tarefas inadiáveis, outras perspectivas se descerram: tempo para a segunda paixão – a agricultura – e, sobretudo, repito, principalmente para a minha adorada neta.
E o tão esperado segundo livro um dia destes surgirá. Como alguém disse e cito “andarei por aí”. Aguardem-me. Por isso não será o primeiro dia do resto da vida. Apenas um recomeço.
Até já.
Até sempre.