Todos repetimos a cada quatro anos: deveriam haver eleições autárquicas todos os anos. Não há rua nem beco onde a um, dois meses da data do escrutínio eleitoral não se façam obras. Eles são pavimentos novos, valetas limpas, sinalizações de tudo e mais alguma coisa, rotundas e lombas a dar com o pontapé, etc., etc.
E promessas? São folhas e folhas cheias das mais dispares plácitos. Pudera, prometer não custa nada. É só abrir a boca e fazer força, como se costuma dizer. E o pior é que tanto eles como nós sabemos que a esmagadora maioria não são para cumprir. Mas sem o folclore que tal acarreta não tinha graça nenhuma. Por isso, para a frente que é para Lisboa.
O outro dia, num mercado aqui perto, não se podia sequer estacionar tantos eram os carros de todos os partidos e/ou coligações. Depois era ver quem colocava o som mais alto quem distribuía mais folhetos, numa tropelia de fazer corar o mais empedernido dos eleitores. Até as crianças, muito longe de atingirem a idade de votar, eram cativadas. Não podendo catequizar pais e avós, a solução passava pelos mais pequenos. Os “papéis” não poderiam obrigatoriamente ficar por distribuir.