O ensino, como é do conhecimento geral, é absolutamente necessário para o desenvolvimento do país, bem como para a alavancagem social dos jovens. Por isso, deve maximamente eficaz. Ora, para atingir tal desiderato deve ser o menos burocratizado possível, uma vez que, somente deste modo, as energias serão canalizadas para a instrução e respectivas aprendizagens.
Todavia, não é isso que vemos diariamente nas escolas. Os docentes são atulhados de papéis e mais papéis, grelhas e mapas em formato digital, etc., etc., a maioria dos quais completamente desnecessários, servindo apenas para parecer relevante a presença de determinados burocratas que se (des)ocupam daqueles.
Por exemplo, a Avaliação de Desempenho Docente (ADD) é um caso paradigmático. Para além da existência de normas travão, da exigência de formações atrás de formações, muitas delas ministradas das 18h30 às 21H30 – depois querem que os docentes ainda preparem aulas? -, isto para não falar da ausência da mínima razão para alguma vez terem visto a luz do dia, a não ser pagar e bem a meia-dúzia de apaniguados, ditos formadores, há o caso das aulas assistidas.
Por amizade, tenho ajudado colegas nesta última situação. Após a preparação das ditas aulas, divulgação e ministração, pergunto sempre qual o feedback do colega assistente, o qual vem obrigatoriamente de outra escola. A resposta é invariavelmente a mesma: “É pá não diz nada. Entra mudo e sai calado, sem proferir uma palavra amiga ou desamiga, sem um comentário abonatório ou desfavorável”. Desculpem o termo: ora porra, para que servem, então, estas aulas? Para fazer figura de corpo presente e no final dar uma classificação. Se é para isto, gravem-se as aulas – depois de devidamente autorizados pelos EE – e após a visualização classifique-se. Poupava-se tempo e dinheiro.