O meu ponto de vista

Maio 31 2021

Nunca fui grande fã de Cristiano Ronaldo. Então da família que, sistematicamente, vive à grande e à francesa às custas daquele não gosto mesmo nada.

Por o considerarem um jogador de excelente gabarito e, nessa ordem de ideias, ter muitíssimo dinheiro, acha que pode fazer tudo e mais alguma coisa sem dar cavaco às tropas. Como é do conhecimento público, adquiriu um apartamento – chamam-lhe penthouse – no topo de um dos edifícios mais altos de Lisboa, o qual, para além de possuir uma vista de 360º, custou algo como sete milhões de euros (!!!), i.e., o mais caro da capital e diga-se, desde já, um preço obsceno.

Não contente com isso, decidiu construir, sem licença camarária, desrespeitando a traça arquitectónica, a qual, como qualquer outra obra artística, está protegida por direitos de autor, um terraço coberto. Como é óbvio a comunicação social fez eco desta anomalia, aliás sem o criticar muito. Fosse outro e teriam dito cobras e lagartos.

Todavia, o pior estava para vir. A irmã, de sua graça Kátia Aveiro, veio a público afirmar que era uma ignomínia, uma autêntica vergonha, o que estavam a fazer com o coitado do irmão, este que ainda há pouco tinha doado 3,4 milhões de euros ao Hospital de Santa Maria para equipar uma das suas novas áreas médicas.

Em conclusão: de acordo com o pensar do clã Aveiro, um sujeito desde que doe uns milhões está isento de cumprir a lei. Infelizes aqueles que não têm dinheiro: ou cumprem a lei ou vão ver o sol aos quadradinhos.

publicado por Hernani de J. Pereira às 09:35

Maio 25 2021

Nos últimos dias registou-se sistematicamente uma subida do número de contágios por Covid-19, sendo de realçar que metade se verifica em Lisboa, fruto da festa do final do campeonato de futebol, promovida por adeptos do Sporting, bem como da desvalorização dos cuidados na noite lisboeta, como, aliás, temos visto amiúde nas televisões.

Como se tem visto, o governo fala, fala, mas agir em Lisboa …. Está quieto.

Assim, como não quer fazer o que tem feito, e bem, em muitos outros concelhos do país, ou seja, forçando a regressão nas medidas de confinamento, começa a inventar outras soluções: mudança da matriz de risco, i.e., aumento do índice do número de infectados por 100 000 habitantes, bem como acelerar a vacinação, baixando o nível etário, falando-se já em inocular os indivíduos da faixa etária dos 30-40 anos.

A pergunta que impõe: porque não se tomaram estas medidas nas autarquias que subiram o número de infectados? Lisboa é Lisboa e o resto é paisagem. Fosse a capital governada por outra cor política e veriam como as medidas seriam diferentes.

publicado por Hernani de J. Pereira às 20:32

Maio 22 2021

Sem querer levantar demónios onde eles não existem, mas também sem hipocrisias e muito menos sem pachorra para ver, sem sobressalto, o varrer do que vai mal para debaixo do tapete, deixo à opinião dos meus caros leitores, mais uma vez, a listagem das escolas públicas bairradinas, desta vez no que concerne ao Ranking de 2020.

Constatando que umas desceram e muito, enquanto outras subiram ainda que ligeiramente, manda a realidade dizer que não existem, infelizmente, destaques a realçar. Foi um ano atípico? Sim, é verdade, mas isso vale para todas as escolas do país. Os alunos eram piores/melhores que no ano anterior? Poderá haver alguma verdade nesse facto, mas não explica tudo. E quanto aos docentes? Basta-lhes “malhar” na classificação plasmada no dito ranking para ficarem com a alma purificada? Algumas situações/circunstâncias devem explicar os dados. Que haja reflexão, pois o pior é fazer como a avestruz …

Posição em 2020 Denominação Concelho Média 2020 Posição em 2019
143 Esc. Secª de Anadia Anadia 13,46 85
172 Esc. Secª de O. do Bairro O. do Bairro 13,29 189
232 Esc. Secª Lima de Faria Cantanhede 12,97 229
360 Esc. Secª de Mealhda Mealhada 12,29 320
publicado por Hernani de J. Pereira às 22:01

Maio 18 2021

O ensino, como é do conhecimento geral, é absolutamente necessário para o desenvolvimento do país, bem como para a alavancagem social dos jovens. Por isso, deve maximamente eficaz. Ora, para atingir tal desiderato deve ser o menos burocratizado possível, uma vez que, somente deste modo, as energias serão canalizadas para a instrução e respectivas aprendizagens.

Todavia, não é isso que vemos diariamente nas escolas. Os docentes são atulhados de papéis e mais papéis, grelhas e mapas em formato digital, etc., etc., a maioria dos quais completamente desnecessários, servindo apenas para parecer relevante a presença de determinados burocratas que se (des)ocupam daqueles.

Por exemplo, a Avaliação de Desempenho Docente (ADD) é um caso paradigmático. Para além da existência de normas travão, da exigência de formações atrás de formações, muitas delas ministradas das 18h30 às 21H30 – depois querem que os docentes ainda preparem aulas? -, isto para não falar da ausência da mínima razão para alguma vez terem visto a luz do dia, a não ser pagar e bem a meia-dúzia de apaniguados, ditos formadores, há o caso das aulas assistidas.

Por amizade, tenho ajudado colegas nesta última situação. Após a preparação das ditas aulas, divulgação e ministração, pergunto sempre qual o feedback do colega assistente, o qual vem obrigatoriamente de outra escola. A resposta é invariavelmente a mesma: “É pá não diz nada. Entra mudo e sai calado, sem proferir uma palavra amiga ou desamiga, sem um comentário abonatório ou desfavorável”. Desculpem o termo: ora porra, para que servem, então, estas aulas? Para fazer figura de corpo presente e no final dar uma classificação. Se é para isto, gravem-se as aulas – depois de devidamente autorizados pelos EE – e após a visualização classifique-se. Poupava-se tempo e dinheiro.

publicado por Hernani de J. Pereira às 09:34

Maio 11 2021

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(a ruína do país)

 

Pessoas existem que não têm um pingo de vergonha na cara. Ontem, na AR, o segundo maior devedor ao Novo Banco – para cima de 500 milhões de euros -, de seu nome Luís Filipe Vieira, também presidente do S. L. e Benfica, declarou, sem corar, que “tem negócios, uma boa reforma e vive bem”.

Pudera! Enquanto nós, os totós dos contribuintes, continuarmos a injectar milhares de milhões de euros, com vista a regularizar a situação financeira daquele banco, ele está muito bem. Acredito  que até cante todos os dias no chuveiro.

publicado por Hernani de J. Pereira às 09:47

Maio 03 2021

O governo, pela voz da ministra da Modernização Administrativa, Alexandra Leitão, anunciou a construção de residências universitárias em Lisboa – onde mais poderia ser? - para os filhos dos funcionários públicos.

Se relativamente à primeira parte nada a obstar, ou melhor até é de aplaudir a edificação de mais “habitação social” para os estudantes do ensino superior, já no que concerne à segunda estou totalmente contra. E, apesar de ser funcionário público, estou contra pois sempre me incomodaram, e de sobremaneira, os privilégios, a permanência de castas, a providência só para alguns, como se o sol quando nasce não fosse para todos.

É bom recordar que antes de 25 de Abril, a maioria dos funcionários públicos auferiam tarde e mal, muito abaixo do sector privado. Daí que só ia trabalhar para o Estado quem não conseguisse emprego noutro lado. Justificava-se, assim, algumas regalias. Todavia, após aquela data e, sobretudo, nos últimos anos a situação inverteu-se e de uma forma drástica. Sem desemprego, nem lay off e muito menos salários em atraso, serão, se encararem a actual situação de uma forma digna, os derradeiros a queixarem-se.

Aliás, estou plenamente convencido que a generalidade dos aludidos funcionários públicos rejeita veemente mais esta prerrogativa.

publicado por Hernani de J. Pereira às 10:36

Análise do quotidiano com a máxima verticalidade e independência possível.
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