O meu ponto de vista

Março 31 2021

Há dezenas de anos que possuo carta de condução. Em Portugal e no estrangeiro fiz centenas de milhares de quilómetros sem jamais ser penalizado com qualquer multa. Daí possuir uma carta totalmente limpa, facto que a maioria dos concidadãos também se pode orgulhar.

Hoje, porém, fui multado. Não por circular de carro, mas sim por andar de tractor. O assunto explica-se em três penadas: Como amanhã se prevê chuva, resolvi - e penso que bem - colocar um produto anti-míldio nas batatas. Até aqui tudo bem. O pior foi quando, tentativa atrás de tentativa, o estupor do atomizador resolveu não pegar. Única solução: levá-lo à oficina. Uma centena de metros andados e eis que me cruzo com uma brigada da GNR. Viram-me sem o “pirilampo” ligado – pelas 16h00 de um dia pleno de sol que diferença faz? -, sem o “arco” erguido – ia em estrada de alcatrão e o perigo de tombar era nulo ou extremamente reduzido - e, sobretudo, sem o cinto de segurança, eu que não circulava a mais de 20 km/h. De imediato, «alto lá», lá vem um patego a quem podemos sacar mais uns euros. Autêntica caça à multa!!!

Por muito que argumentasse a urgência do caso e a dúvida sobre a aplicação de tais objectos em termos de segurança e obrigatoriedade legal, o certo é que tive de pagar na hora, caso contrário os documentos ficavam confiscados e nem o carro poderia conduzir.

Resumindo, se estivesse em casa a beber umas cervejolas, a dormir, ou a fazer qualquer outra actividade de lazer tudo estaria bem. Estava a trabalhar, produzindo algo para mim, familiares e/ou amigos e, sobretudo, para o país, e … pronto: Toma lá uma multa, paga e não bufes.

Muito mais poderia escrever. O caso é problemático e levanta várias questões (legais e/ou morais). Todavia, sem assumir qualquer atitude cobarde, o melhor é não dizer mais pois, caso contrário, arrisco-me a ter diariamente a polícia à porta. Imaginem o que é transportar lenha dos anexos até casa – distância que não ultrapassa os 50 metros – e ter que baixar o “arco”, a seguir erguê-lo, para um minuto depois ter que o baixar para depois o erguer novamente. As casas erguidas há vinte/trinta anos não contemplavam estes requisitos, isto é, portões com três metros de altura.

Desculpem a linguagem menos prosaica, mas não há tes@o que aguente.

publicado por Hernani de J. Pereira às 21:10

Março 16 2021

Costumo criticar o governo de António Costa. Há muito que se apresenta sem rumo definido, surfando apenas na crista da onda e ondulando ao sabor do vento, qual folha de almo. Limita-se a gerir a crise, não se vislumbrando um rasgo de energia suplementar e muito menos indicando um caminho com princípio, meio e fim. E se num dado momento tem uma ideia digna de nota, é bem certo que a mesma precipitar-se-á no abismo mais profundo no dia seguinte, senão mesmo no próprio dia. Não chegámos ainda ao pântano, mas já estivemos mais longe.

Todavia, verdade seja dita, não está só. A Comunidade Europeia (CE), como se costuma dizer, ultimamente não dá uma para a caixa. Veja-se a questão da tão afamada “bazuca” que tarda chegar e se chegar será talvez uma mera vitamina. Vá lá, dou de barato que seja, quanto muito, um antibiótico. Mas, o mais grave é a questão da vacina contra a Covid-19. Um autêntico desastre, uma completa desarmonia. É mesmo pura incompetência. Fizeram acordos, mas como não avançaram previamente com o “pilim” as farmacêuticas fazem dela (e de nós) gato-sapato.

Por exemplo, os USA, para além de uma injecção brutal de capital, sem demoras e/ou burocracias, na carteira de cada americano, tem neste momento quase metade da população vacinada, nós vamos nuns míseros 3% (com as duas tomas). Resultado: enquanto o consumo nos Estados Unidos dispara e faz acelerar exponencialmente a economia, nós marcamos passo e continuamos a discutir o sexo dos anjos.

publicado por Hernani de J. Pereira às 19:37

Março 09 2021

Não gostei do discurso de Marcelo Rebelo de Sousa na tomada de posse para o seu segundo mandato enquanto Presidente da República. Aliás, não é por acaso que o partido que mais encómios teceu foi o PS. Mesmo o BE e o PC não o criticaram, preferindo realçar os aspectos comuns.

O PR teve até a desdita de proclamar que não é legítimo criticar a maior parte das decisões que nos levaram a ser o pior país do mundo no combate à actual pandemia. Umas porque não se sabia o que hoje se sabe; outras porque todos fomos culpados. Contudo, mesmo que assim tivesse sido, muitas decisões houve que foram culpa, máxima culpa, dos governantes, como foi o caso da total desbunda do p.p. Natal. Não nos esquecemos que ele mesmo, dias antes daquela efeméride, afirmou que ia a vários jantares/ceias com os mais diversos familiares. Sim, bem sei que depois recuou, mas que foi dos primeiros a dar um péssimo sinal, isso é verdade.

Defensor da estabilidade? Com toda a certeza que deve ser, mas não a qualquer preço. É que tanta colagem cheira mal.

publicado por Hernani de J. Pereira às 14:35

Março 07 2021

Vivemos tempos de algum constrangimento. Não me refiro propriamente à questão do confinamento, mas de algumas tentativas de cerceamento da liberdade. A comprovar atente-se no manifesto subscrito por uma série de “personalidades”, as quais se revoltam com o facto dos jornalistas das televisões generalistas se centrarem “apenas” nos casos negativos da pandemia, de relatarem os aspectos menos claros da vacinação contra o Covid-19, em suma de denegrirem constantemente a acção do PS e, sobretudo, do governo.

É evidente que existe no PS e não só, por muito que apregoem o extremo amor à liberdade, gente que ainda tem uma costela salazarista. Nada de números de infectados e/ou mortos, excluam-se as filmagens sobre as filas de ambulâncias às portas dos hospitais, bem como a pré-rotura destes, chegando a necessitar de ajuda estrangeiro, etc., etc. Somente notícias cor-de-rosa como, por exemplo, a excelente governação proporcionada por António Costa.

Tem muita razão Cavaco Silva quando vem criticar esta tentativa de amordaçamento da democracia. Não quer dizer que esteja isento de erros, bem pelo contrário. Contudo, tal como tinham razão quando em tempos lhos apontarem, ele, agora, tem todo o direito de os indicar. Como seria de esperar os “cães” de fila do PS – leia-se PCP e BE – vieram, de imediato, amesquinhá-lo, chegando ao cúmulo de Jerónimo de Sousa dizer que se tinha de lhe dar um desconto pois estava velho. É caso para dizer: Olha quem fala! Logo ele que é um poço de juventude.

publicado por Hernani de J. Pereira às 19:29

Análise do quotidiano com a máxima verticalidade e independência possível.
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