A pensar nos exames do ensino secundário, a realizar no fim do ano lectivo, bem como na finalização do ensino profissional (EP), o ocorrer na mesma altura, Israel, um dos países, senão o país mais adiantado na vacinação anti-Covid, começou a vacinar esta faixa de estudantes.
A pergunta que se impõe? O que se está a fazer em Portugal nesta ou em outras matérias semelhantes? Nada. Encerram-se as escolas e no que diz respeito ao EP, deixa-se todo numa espécie de limbo, aliás muito facilitador para o governo, como tem sido a sua prática nos últimos meses. Não decide, empurra o problema para a frente com a barriga. Se correr bem colhe os louros, se correr mal, como tem sido hábito, dirá que a culpa é dos portugueses, porque, por um lado, não cumpriram as démarches (mesmo que mal e porcamente amanhadas), ou, por outro, porque não tiveram espírito de iniciativa com vista a fazerem de modo diferente.
No caso concreto do EP, todos sabemos que no final de ciclo, os prazos são extremamente apertados. Há o términus da lecionação dos módulos, há a formação em contexto de trabalho, vulgo estágio, ambos com cumprimento exacto de horas, há a apresentação da prova de aptidão profissional (PAP), sem esquecer que estes alunos também têm direito a participar nos exames nacionais do 12º ano. Concluir tudo isto antes de 31 de Julho é obra.
Ora, em face do actual e do transacto encerramento de escolas, tais prazos encurtam de tal modo que tornam impossível ou quase o cumprimento dos tempos previamente definidos. Contudo, a culpa não pode nem deve ser assacada aos respectivos docentes.
Colocar os professores deste ramo de ensino e as escolas a que pertencem a resolver esta questão é inverter toda a lógica. Quem, sobretudo, por inação e inabilidade política favoreceu este clima que o resolva. Para situações extraordinárias, soluções fora da norma. Aliás, penso que a esmagadora maioria das escolas, com EP, deste país, bem como muito países europeus devem estar a braços com este problema. Há, por isso que, em conjunto, resolver a questão.
Estarem os professores de uma ou outra escola, mais papistas que o Papa, e sem que alguém, a nível superior, lhes pergunte o que quer que seja, a predisporem-se a dar aulas por E@D nestes dias de interrupção e assim continuarem no Carnaval e Páscoa, é aceitarem tudo e mais alguma coisa.
Finalizando, replico uma frase muito conhecida: “quem luta pode perder uma ou outra ‘batalha’. Porém, quem cruza os braços e tudo aceite, perde sempre a ‘guerra’ ”.