O tempo cinzento não ajuda, bem pelo contrário. O dia de hoje, visita quase obrigatória aos cemitérios, já de si lúgubre, uma vez lembrar-nos os nossos entes queridos que partiram, antes de nós, a caminho do Pai Celeste, hoje foi de colocar as mãos à cabeça e proclamar: “ o que mais nos falta acontecer?”. Ao contrário dos anos precedentes em que se via uma multidão de gente a visitar, chorando lágrimas de saudade(!!!), a campa dos familiares, hoje não passavam de meia-dúzia de pessoas, pelas dez horas da manhã, após a missa, todas receosas, a olhar por cima do ombro e não só, não fossem algumas delas transmitir o “bicho”. Sim, ele não se vê mas, sobretudo por culpa nossa, continua a andar por aí e cada vez mais activo.
Se esta situação já, per si, é de lamentar, não é menos o facto de uma pessoa trabalhar duramente durante toda a semana, incluindo o sábado, e, por isso, achar perfeitamente natural que, ao domingo, tudo faça para “desopilar”. Dar uma volta, vistando este ou aquele lugar, evitando, como é lógico, os grandes ajuntamentos, e, uma vez por outra, almoçar fora. Ajuda a psique e revitaliza o comércio. Sem grandes alardes e muito menos fins-de-semana em hotéis e/ou resorts, manda a verdade dizer que um dia em cada sete não fazer a refeição diária, não é um luxo, é uma necessidade. Todavia, até isso, hoje em dia, nos está vedado.
Sim, bem sei que tudo descamba nesta maldita pandemia. Este texto não lhe fica atrás. Mas, de que outro assunto podemos falar? De política? De desporto? Desgraças ainda maiores! Aliás, não é por caso que ultimamente nada tenha escrito. Pessimista? Muito longe. Diria, antes, realista.