O meu ponto de vista

Novembro 26 2020

O governo, em face da segunda vaga da pandemia provocada pelo Covid-19, decidiu dar tolerância de ponto nos próximos dias 30.11 e 07.12, o que implica o encerramento da esmagadora maioria dos serviços públicos, abarcando como é óbvio, creches e escolas.

Assim, os funcionários públicos com filhos menores de 12 anos, uma vez que ficam em casa com salário garantido, não têm quais quer problemas com o cuidar destes. Agora, imagine que é trabalhador do sector privado, com filhos menores de 12 anos, e que a respectiva empresa decide que todos os seus colaboradores devem trabalhar naqueles dias. Só tem duas hipóteses: ou falta justificadamente, mas não recebe um cêntimo, ou entrega os seus descendentes aos avós, os quais, face à idade de grande parte deles, estão incluídos em grupo de risco.

Como se depreende, dois pesos e duas medidas. Bem à medida dos socialistas e de outros quejandos de esquerda caviar e não só.

publicado por Hernani de J. Pereira às 11:33

Novembro 24 2020

É por demais sabido e todos já compreendemos que legalmente o PCP tem todo o direito de efectuar o seu congresso, juntando centenas de pessoas, senão milhares, no mesmo espaço. Ponto final parágrafo.

Todavia, uma coisa é a legalidade outra é a ética. Não é por acaso que também é do conhecimento geral que nem tudo o que é legal deve ser feito. Momentos, situações existem que levam a que o bom senso nos obrigue a não realizar ou adiar isto ou aquilo. É a experiência de vida que nos ensina tal.

Depois há a questão do exemplo. Quando a esmagadora maioria dos portugueses não pode sair de casa, existem uns tantos e quantos privilegiados que se podem movimentar, do Minho até às ilhas, a caminho de Loures. É evidente que o PS também não sai bem desta história. Se legalmente nada pode fazer, em privado (e não só) poderia e deveria dizer algo. No entanto, a aprovação do Orçamento de Estado falou mais alto. Não é verdade? Mas que parece, parece. E em política o que parece é!

Com isto procuro transmitir que não bato nem baterei no “ceguinho”. O PCP acha que deve realizar o dito evento? Que o faça e com bom proveito. A única atitude que exijo aos comunistas é o de arcar com todas e quaisquer responsabilidades, tanto mais que se trata de realizar um evento num dos concelhos com risco muito elevado, repito, muito elevado, de transmissão do Covid-19.

Façamos, agora, o seguinte exercício, a título meramente exemplificativo: A Igreja Católica decidia marcar uma celebração em Fátima onde eventualmente estariam o mesmo número de pessoas que irão encontrar-se em Loures, apesar de garantir, tal como aquela força política, as mesmas regras de sanidade pública. Uma coisa seria certa: cairia o Carmo e a Trindade. Não haveria jornalista/comentador e achista de vão-de-escada que não proclamasse aos quatro ventos cobras e lagartos, aludindo à inexistência de sentido de responsabilidade.

Por fim, o Chega!. Pode e tem alguma razão em determinados temas que aborda. O mais idiota dos homens, uma ou outra vez, é capaz de dizer uma verdade ou, vá lá, uma meia-verdade. Porém, neste campo é pleno populismo e completo aproveitamento político. Ainda há pouco tempo – não foi há meses, foi há poucas semanas - realizou um encontro/jantar (político) num hotel (de luxo) no Porto, onde estavam todos sem máscara e em pleno convívio social, portanto bem mais perigoso, em termos de contágio, que o próximo congresso do PCP. Quem tem telhados de vidro não atira pedras.

publicado por Hernani de J. Pereira às 12:59

Novembro 17 2020

Todos os dias surgem anúncios para os próximos meses de novas vacinas para combater o Covid-19. E, sem assombro, as de hoje são mais eficazes e, sobretudo, mais fáceis de armazenar, transportar e, consequentemente, diminuindo o risco de logística, que as vaticinadas ontem.

Com fé e muito dose de optimismo acho que é verdade, apesar de também estar consciente que não será a panaceia para acabar de imediato e de vez com esta pandemia que tanto nos assola. Ainda vamos, infelizmente, penar durante muito tempo.

É que, com toda a franqueza, por ora já me dava por satisfeito se houvesse vacina para a gripe disponível nas farmácias para quem, como é o meu caso, o médico ache indispensável.

Há dois meses que eu e milhares e milhares de pessoas continuamos à espera da tão imprescindível vacina, a qual, (pasme-se!!!) o governo afirmou, com pompa e circunstância, ir disponibilizar em quantidade tal que dava até para exportar. Mais: incentivou, por todos e mais alguns meios, a toma desta. Bem prega Frei Tomás.

Afinal, nem para metade dos que a deveriam tomar chegou. Recordam-se de Marcelo Rebelo de Sousa, em troco nu, a ter primazia e a incentivar o gesto? Que ele e a ministra da saúde limpem as mãos à parede!

publicado por Hernani de J. Pereira às 20:37

Novembro 11 2020

Recordam-se do que, em tempos, os governantes nos disseram, sobretudo em Julho e em Agosto? Façam férias, desde que seja cá dentro. Não existem problemas alguns de contágio, desde que respeitem o distanciamento social. Ocupem hotéis e restaurantes. Salvem o turismo. É um dever patriótico.

É óbvio que os portugueses, ávidos de gozar o sol e o mar, não se fizeram rogados. Aliás, bem necessitados estavam. Todavia, todos sabíamos que a segunda vaga do Covid-19 não tardaria. Porém, também estávamos convencidos que o governo estava a fazer o trabalho de casa. Não é por acaso que continuam a dizer que não houve férias no combate à pandemia. Vê-se!!!

Agora, apanhados com as calças na mão, por muito que em entrevistas atrás de entrevistas, previamente muito bem combinadas e, por isso, extremamente fofinhas, queiram fazer passar o contrário, aqui d’El Rei há que fechar quase por completo a torneira. E não será completamente porque as escolas não irão fechar. Bem, fechar para quê? Os professores não são carne para canhão?

publicado por Hernani de J. Pereira às 20:15

Novembro 10 2020

Até que enfim. Não vou embandeirar em arco, mas acredito que a vacina, contra o novo corona-vírus, mais mês, menos mês aí estará. Como é evidente, vai ser uma corrida à mesma. Apesar de todos sermos iguais, haverá uns mais iguais que os outros. Na dianteira destes, tenho a certeza, que os estarão os políticos, independentemente da cor e do grau de importância.

Pelo meu lado, deixei, de usar camisa. Assim, quando chegar a minha vez não necessito de me colocar em tronco nu. Onde é que já vi isto?

Apenas espero que não seja como a vacina da gripe. Apesar de receita médica, há mais de um mês que continuo à espera.

publicado por Hernani de J. Pereira às 13:26

Novembro 06 2020

Desde terça-feira passada que não se fala de outra coisa, i.e., das eleições americanas. Não há abertura de telejornal ou primeira página que, dia após dia, senão hora a hora, não retratem a vitória de Biden, como a seguir anunciem Trump como vencedor. É evidente que outro assunto também realça nos noticiários - falo da pandemia provocada pelo Covid-19 -, mas isso são outros quinhentos.

O que realça, porém, para estas parcas linhas são as eleições presidenciais nos EUA. Com toda a franqueza, a nação mais poderosa do mundo, ex-libris em termos de tecnologia, não é capaz de em 24 horas contar os votos e declarar A ou B vencedor? Imaginem que haveria, não dois, mais nove ou dez, como acontece em Portugal. Com o sistema que têm demoraria meses. Bem, aqui chegados, há quem defenda que a América necessita exactamente desse número de candidatos, pois se assim fosse o processo há décadas que seria muito mais célere.

Como é evidente, se os europeus pudessem votar, Biden teria sido eleito no próprio dia, independentemente do complexo sistema eleitoral .

publicado por Hernani de J. Pereira às 19:42

Novembro 03 2020

Todos, sem excepção, em cada instante temos uma posição mais ou menos conhecida, mas de modo algum rigorosa. Sim, uma vez a nossa posição – falo do carácter e da ética - não poder ser medida em centímetros, nem decímetros ou até nem em metros.

É verdade que, e ainda bem, não dispomos uma tecnologia de vanguarda que actualize constantemente os dados relacionados com as “infra-estruturas” humanas que nos rodeiam. Por isso falhamos tantas vezes? Sim e ainda bem. Navegamos à vista e ninguém possui GPS que nos possa guiar, de forma óptima, por esta ou outra via.

Avançamos e recuamos constantemente. Mente quem diz que sempre seguiu o mesmo caminho. Fazemos ziguezagues constantes e muitas das vezes damos um passo è frente para a seguir dar dois passos atrás.

Por outro lado, aquele que diz ter sido sempre coerente ou é santo ou não viveu. Mentir e/ou ser incoerente todos fazemos. O que nos distingue é o grau e mesmo este é relativo.

publicado por Hernani de J. Pereira às 13:17

Novembro 01 2020

O tempo cinzento não ajuda, bem pelo contrário. O dia de hoje, visita quase obrigatória aos cemitérios, já de si lúgubre, uma vez lembrar-nos os nossos entes queridos que partiram, antes de nós, a caminho do Pai Celeste, hoje foi de colocar as mãos à cabeça e proclamar: “ o que mais nos falta acontecer?”. Ao contrário dos anos precedentes em que se via uma multidão de gente a visitar, chorando lágrimas de saudade(!!!), a campa dos familiares, hoje não passavam de meia-dúzia de pessoas, pelas dez horas da manhã, após a missa, todas receosas, a olhar por cima do ombro e não só, não fossem algumas delas transmitir o “bicho”. Sim, ele não se vê mas, sobretudo por culpa nossa, continua a andar por aí e cada vez mais activo.

Se esta situação já, per si, é de lamentar, não é menos o facto de uma pessoa trabalhar duramente durante toda a semana, incluindo o sábado, e, por isso, achar perfeitamente natural que, ao domingo, tudo faça para “desopilar”. Dar uma volta, vistando este ou aquele lugar, evitando, como é lógico, os grandes ajuntamentos, e, uma vez por outra, almoçar fora. Ajuda a psique e revitaliza o comércio. Sem grandes alardes e muito menos fins-de-semana em hotéis e/ou resorts, manda a verdade dizer que um dia em cada sete não fazer a refeição diária, não é um luxo, é uma necessidade. Todavia, até isso, hoje em dia, nos está vedado.

Sim, bem sei que tudo descamba nesta maldita pandemia. Este texto não lhe fica atrás. Mas, de que outro assunto podemos falar? De política? De desporto? Desgraças ainda maiores! Aliás, não é por caso que ultimamente nada tenha escrito. Pessimista? Muito longe. Diria, antes, realista.

publicado por Hernani de J. Pereira às 18:26

Análise do quotidiano com a máxima verticalidade e independência possível.
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