O debate político tem sido uma miséria confrangedora. Então a nível de educação nem é bom falar. A pandemia tem destas coisas. Ataca também a nível das ideias e, consequentemente, o nível baixa assustadoramente.
Veja-se, por exemplo, o que se passa a nível da Comissão Parlamentar da Educação. Salvo raríssimas e honrosas excepções, a esmagadora maioria dos deputados daquela, em termos de conhecimento real das questões candentes da educação, é de uma pobreza aterradora. Uns, meros políticos, mais ou menos de carreira, formados nessa grande escola que é a “Jota…”, outros “simples” professores seguidistas, os quais nem na sala de professores das escolas por onde passaram alguém deu por eles e os demais de igual ou pior jaez. Não admira que até Tiago Brandão Rodrigues, sem dúvida um dos piores ME do pós 25 de Abril, faça um figurão quando vai a uma sessão da aludida Comissão.
Mas não são apenas os políticos que são devastadoramente maus. Os jornalistas não lhes ficam atrás. Novamente ressalvando uma ou outra excepção, a generalidade arrasta-se pelos corredores dos poder, bajulando tudo o que lhes cheira a poder manter o tacho. Jornalismo de investigação está morto e enterrado. O Sexta às 9, a Ana Leal e outros casos servem para nos mostrar o quanto isto é verdade.
Viram os Prós e Contras da noite da segunda-feira p.p., na RTP? Não? Também não perderam nada. Como se pode organizar uma discussão – revolução digital no ensino - sem a presença daqueles que efectivamente estão no terreno, i.e., os professores? Convidam-se duas directoras de escolas, as quais não dão aulas, um secretário de estado e outro membro, todos desligados da realidade do E@D. Resultado: muitos sorrisos, alusões a sucessos inauditos, imensas loas mútuas, para concluírem que vivemos no melhor dos mundos.