Há quem continue a afirmar que a felicidade de cada um só depende do próprio. O seu grau de maturidade, a sua condição de “bom”, bem como os resultados palpáveis alcançados chegarão para alcançar o “el dorado “, o pináculo do nirvana constante. Aliás, defendem também que o granjear deste “prémio” decorre naturalmente do sucesso interno efectivo, e não da implementação de um conjunto de dogmas, os quais nos foram inculcados simplesmente com o fim único de apenas alguns atingirem tal estado.
É claro que esta forma de pensar é extremamente individualista, algo que não admira nos dias de hoje. Aliás, não foi e não é por acaso que foram e continuam a ser criados mecanismos para “premiar e reconhecer” para o exterior, repito, para o exterior, as pessoas que lograram executar estes modelos com “sucesso”.
O que importa a família, o próximo, o que acredita e intrinsecamente possui outra forma de pensar? Absolutamente nada. Acima de tudo está tu. Hoje-em-dia, num contexto económico em que cada um de nós se vê forçado, cada vez mais, a racionalizar recursos, a analisar cuidadosamente as suas finanças e de preferência no recanto mais rebuscado da nossa vivência, a obter ganhos em períodos cada vez mais curtos, dificilmente a partilha e a solidariedade subsistem.
Por outro lado, caso persista em implementar outro modo de existência com o fito de obter visibilidade, não diante dos homens, mas perante em quem acredita, é vilipendiado, senão mesmo crucificado na árvore mais alta que encontrem.
É altura de dizer que a nossa vida é feita de alegrias, tristezas e, algumas vezes, de lágrimas, bem como de ranger de dentes. Cada um terá que diariamente carregar a sua cruz. Não a carguejar é viver na mentira.