A crise climática entrou na ordem do dia e não há político que se preze sem que diariamente não emita um sound byte sobre o tema. Fazem-se manifestações a torto e a direito e até greves (!!!). Os alunos, em certos dias, recusam-se a assistir às aulas para que todos ouçam as suas reivindicações ambientais. Por exemplo, a sueca Greta Ernman Thunberg, com apenas 16 anos, encetou uma luta pela melhoria das condições ambientais com tal monta que a levou ao estrelato.
Estando de acordo com muitas das formas de combater, de imediato, este perigoso risco, também é certo que algumas se transformam, pela sua singular ridicularidade, em justos motivos de escárnio e mal-dizer. Por exemplo, é sabido que todo o animal ruminante, sobretudo a vaca, é, em termos de CO2, um grande poluidor. Diminuir o seu consumo é algo que deve ser implementado. Proibir o consumo, tal como fez a Universidade de Coimbra, é caricato e risível, tanto mais que apenas uma pequeníssima parte das refeições servidas por esta era constituída à base de tal alimento.
Esta medida, balofa e extemporânea, tomada ao sabor da corrente, pretendendo ser mais papista que o Papa, só alimenta o descrédito da vetusta Universidade, a qual não se salientado em qualquer ranking, apenas se colocou em bicos dos pés, seguindo o populismo da moda e o excesso de politicamente correcto. Bem, algum benefício tirou: durante dois ou três dias foi capa de primeira página e notícia de abertura nos telejornais. Para mim, a aludida medida tem mais a ver com o show off do que serem pioneiros no combate à referida crise climática.
Já agora, há quem defenda – os vegetarianos são exemplo paradigmático – que não se deve comer qualquer tipo de carne. Por isso, de entre outros, alimentam-se de tofu, seitan, quinoa, miso, esquecendo-se que a maioria destes alimentos são provenientes dos USA e do Brasil, onde neste se tem procedido a enormes desmatações na Amazónia para que os fazendeiros possam plantar a soja. Nos Estados Unidos o cultivo deste cereal é produzido à custa de enormes quantidades de água e de pulverizações constantes de adubos e herbicidas, isto para não falar da mecanização intensiva. Concluindo, os vegetarianos e os veganos fazem-me lembrar, em termos ambientais, o ditado “poupadores de farelo, estragadores de farinha”