Pela aparência foi sol de pouca dura. Desde há muito que não se via por estes lados. De um momento para o outro segmentou-se, para a seguir entrar no silêncio e no terceiro dia fazer de arco-íris, ainda por cima numa altura em que este fenómeno raramente ou nunca surge. É caso para dizer que foi um ar que lhe deu. Espero, sinceramente, que não tenha sido o último estertor. Longe vá o agoiro. Lagarto, lagarto … nem de propósito.
Esta coisa de escrever diariamente ou quase é, na maior parte das vezes, extremamente extenuante, tanto mais que o ganho, pelo menos monetariamente, é menos que zero. A sério, amiúde, perante uma folha em branco e autoconvencer-se que terá de se escrever algo é um exercício de puro masoquismo.
Imensas pessoas indagam como é possível escrever diariamente. Como se obtêm os assuntos, as ideias e o modo de redacção, sem que se almeje qualquer usufruto financeiro? O prazer da escrita, o deixar um legado, por muito ténue que seja, são, entre outros motivos, os aditivos que implementam este caminho.
Tenho alguma apetência para este fim? A maioria dos leitores dizem-me que sim. Contudo, lamento verdadeiramente observar tant@s outr@s, com talento devidamente reconhecido, muit@s del@s bem superior ao meu, que à primeira dificuldade e/ou constrangimentos desistem. A justificação é que para tudo há um princípio e um fim. Bem, aqui só para nós, sei de argumentos bem melhores.