O Projecto de Autonomia e Flexibilidade Curricular (PAFC) vai estender-se, de um modo definitivo, a todas as escolas e alunos no próximo ano lectivo. Já o escrevi, por variadas vezes, aqui e noutros locais, que não há governo que não queira deixar uma marca no sistema de ensino em Portugal. É algo que não conseguem resistir e fazem-no sem pudor e independentemente de analisar e avaliar ou não a(s) anterior(es) propostas/reformas. Este é um caso paradigmático e que tem feito correr rios de tinta, essencialmente pela oposição que surge no seio das comunidades educativas.
Com toda a franqueza sou auto-excluído da PAFC. Sempre achei, e continuo a pensar, que é algo passageiro, o qual será remetido para o lixo logo que surja um governo com outra orientação ideológica. Contudo, isso não faz de mim alguém que não reflicta sobre tal.
Nesta ordem de ideias, penso que se tratam de conceitos que mais não visam que facilitar a transição, diminuindo, ainda que por vielas e travessas enviesadas, o insucesso escolar. Bem sei que o actual governo tem sido exímio em pressionar administrativamente os docentes para que eliminem os “chumbos” das suas avaliações. Se provas fossem indispensáveis, os imensíssimos documentos, as grelhas e as justificações necessárias a provar a justeza da retenção estão aí a demonstrá-lo.
Por isso, a palavra forte é tranquilidade. Não alinho em ondas e, na medida do possível, continuarei a proceder do mesmo modo. Farei somente o que for obrigado e no cumprimento estrito da legislação. Sim, porque existem pessoas - são poucas mas existem e vestem rosa - mais papistas que o Papa.