No seguimento do artigo de ontem e também porque, mercê da ideia peregrina do actual governo, a educação inclusiva está a atamancar a vida das escolas, adianto declarar o que nunca pensei ousar dizer e muito menos escrever.
Por ser meu profundo entendimento, toda a vida pugnei por um ensino o mais democrático possível. Hoje, após 41 anos de serviço e a poucos de me aposentar, penso de modo algo diferente. Passo a explicar.
Continuo a afirmar, alto e em bom som de modo a que não hajam dúvidas, que todas as crianças devem obrigatoriamente frequentar a escola até uma determinada idade. Até aos 15/16 ou até aos 18 e mais? Sinceramente, acho que após os 15/16 só frequentaria quem merecesse. Este pensar assenta em experiência de muitos e muitos anos. Alunos existem que se arrastam diariamente pelas escolas, não aprendendo e, pior ainda, não deixando aprender, para além de contribuírem para um desgaste físico/psíquico de pessoal docente e não docente. Aliás, penso que a maioria do absentismo registado nestas classes - o qual, felizmente, não é tanto como se apregoa - é devido a este tipo de alunos, uma vez que o clima extremamente indisciplinado que criam nem todos o conseguem suportar.
Numa linguagem chão-a-chão, sem medo de errar, pode-se afirmar que estes não querem fazer nada, independentemente das tarefas propostas, a não ser torrar a paciência de uns e outros. Alguns afirmam-no com todo o à vontade. Por isso, deveria bastar, como primeira e obrigatória hipótese, uma simples declaração assinada pelo respectivo EE em como se responsabilizaria pela não frequência escolar. Na falta desta a escola deveria ser autónoma para suspender da frequência o discente.
A lei permite que após os 16 anos se possa ter um emprego. Para muitos que conheço, uma pá/enxada nas mãos, de manhã até à noite, fazia-lhes muito melhor que o pão que comem.
Podem chamar-me obtuso, reacionário, fascista, entre outros epítetos, pois é para esse lado que durmo melhor.