De modo algum desvalorizo a questão dos abusos sexuais de menores ocorridos, fundamentalmente, no interior de instituições ligadas à Igreja Católica. Sim, porque também acontecem em outras confissões e credos religiosos. Acho-os repugnantes a todo o título e quem os praticou deve ser punido exemplarmente pela justiça secular, uma vez estar plenamente convencido que a divina os julgou severamente desde o cometimento de tais actos. Os caminhos do Inferno, aliás, encontram-se atapetados com as respectivas cabeleiras. Acredito no perdão, mas também afianço a existência do Averno.
Todavia, gostaria de chamar a atenção para uma notícia, a qual a maior parte dos media não deu particular realce, em que, e passo a citar, “houve mais de 5.800 queixas de abuso sexual contra menores afastados dos pais enquanto sob custódia dos EUA entre 2014 e 2018
A revelação foi feita pelo democrata Ted Deutch, que falava terça-feira numa audiência sobre a política de "tolerância zero" da Administração Trump, que resultou na separação de milhares de crianças dos pais na fronteira. O congressista adiantou que às 4.500 queixas de abuso sexual que chegaram ao Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, juntam-se mais 1.300 apresentadas ao Departamento de Justiça durante o mesmo período”.
Chegados aqui, é conveniente frisar a dualidade de critérios. Se, de repente, há a denúncia de um padre abusador, não há órgão de comunicação social que não dê a primeira página a tal novidade. Se o caso se passa numa qualquer instituição pública tal é secundarizado, senão mesmo não noticiado.