Estou convencido que poucos países haverá onde se façam tantas reuniões como no nosso. Todos os dias há meetings, debates, palestras, etc., etc., onde se discute tudo e mais alguma coisa.
Muitos destes acontecimentos contam com a presença de altas individualidades, pelo menos na abertura e/ou encerramento. No resto do tempo nota-se a ausência de políticos de primeira linha, regista-se a presença e vários directores gerais e, como não podia deixar de ser, com a notória comparência de imensos técnicos – leia-se cientistas, investigadores, professores universitários e uma catrefada de curiosos -, aos quais lhe é incumbido de fazer os respectivos relatórios finais. Belos livros e CD’s que irão preencher prateleiras e prateleiras de fino recorte artístico deste e daquele ministério, instituição universitária e semelhantes quejandas, isto sem esquecer os artigos na imprensa geral e especializada.
De vez em quando lá surge uma qualquer “cabeça coroada” a dizer de sua justiça e (re)lembrar tais feitos e sobretudo tão ilustres conclusões, as quais servem essencialmente para moldurar belos e incisivos discursos que todos aplaudem por dever do ofício, mas que sabem, de antemão, não ser para cumprir.
Sim, porque tudo isto não é para se fazer. É para se ir fazendo. Se somos irresponsáveis? Não, nada disso. Somos assim. Um país de brandos costumes, que num dia se zanga e quase mata, para no dia seguinte dormir com o “inimigo”. Aliás, não é por acaso que os estrangeiros nos odoram. Refilamos, refilamos com este e aquele, para acabar a fazer amor com todo o mundo.