Muito faz quem não empata ou, por outras palavras, muito produz quem deixa trabalhar. Não quero dizer que não existam regras, mas impor tantas e tão complexas que asfixiam tudo e todos, é pior emenda que o soneto.
O pior que nos pode acontecer, no dia-a-dia, é surgir alguém mais papista que o Papa, i.e., por receio ou excesso de zelo, nos enche de burocracia, não fazendo e/ou não deixando fazer. Podia aqui usar uma linguagem mais hard, mas não convém. É que a qualidade de vida do cidadão é também um padrão comparativo nas sociedades mais desenvolvidas, onde o produto e o respectivo desempenho, bem como os serviços complementares, a segurança e a protecção, sempre aliados a uma constante evolução tecnológica constituem factores que o Homem procura incessantemente alcançar. É esta procura permanente que possibilita um progressivo desenvolvimento de qualquer país.
Para responder aos desafios de mais e melhor autonomia – será? – as escolas na ânsia de agradar à tutela, mas mais com receio de pecar por defeito, tornam o sistema obtuso, numa perspectiva do fomento de novas parcerias e uma menor - deveria o ser o contrário - abertura em geral. No fundo, querem, por um lado, abranger todas as áreas económicas e sociológicas, enquanto, por outro, fecham a porta, sem abrir uma janela sequer, sustentando-se somente em documentação, a qual se preenche por dever de ofício, mas que se sabe, de antemão, que poucos ou nenhuns vão cumprir.
Finalmente, deve notar-se que não é suficiente ter qualidade. É necessário ter capacidade para demonstrar de forma credível que essa qualidade existe. Daí decorre a importância de um sistema de demonstração da conformidade entre o que apregoa e o que se pratica.