Quaisquer que sejam as opções, sejam elas de que índole foram, jamais serão inócuas. Todas têm um preço e mais cedo ou mais tarde pagam-se. Algumas com língua de palmo, diga-se em abono da verdade.
O governo, apertado pelos restantes partidos que suportam a geringonça, optou por repor rendimentos e privilégios aos funcionários do sector público, política aliás que tem feito surgir reivindicações atrás de reivindicações, numa óptica autofágica, pois quanto mais têm mais querem ter. Como é fácil de constatar não existe orçamento que resista a tantas exigências.
Todavia, para ir pelo caminho que voluntariamente escolheu outro ficou por trilhar. A inexistência de investimento público é um facto indesmentível. Não sendo o lençol elástico, como é óbvio, puxando-o para um lado outro ficará a descoberto. Então, Mário Centeno tem sido exímio neste campo e as cativações aí estão para o demonstrar.
Falar de falta de comboios, de barcos, de uma saúde debilitada por constante falta de fundos, de uma educação enormemente deficitária, de uma justiça lenta por falta de meios, de um parco policiamento e consequente falta de segurança, entre tantos outros casos, é chover no molhado. Como é evidente, esta questão não seria tão problemática caso não afectasse os mais frágeis e desfavorecidos. É que quem tem dinheiro, não necessita de comboios, barcos, SNS, pois vai ao sector privado, inscreve os filhos em colégios, recorre a bons e caros advogados, etc., etc.