Quando lhe convém, este governo promete o céu, a terra e até os arredores. Acalma as hostes, fica bem na fotografia e, na maior parte das vezes, recebe múltiplos aplausos. No fundo, as pessoas, tal como no passado e assim será no futuro, iludem-se com as falácias, aprazem-se com as promessas e lá vão deixando passar a onda. É evidente que não são todas, mas a maioria, por muito que o negue, segue este raciocínio. Por muito que digamos mal dos políticos/governantes, o certo é que ainda há muito “respeitinho” pela palavra de um ministro e ainda mais se for primeiro dos primeiros, fruto ainda de uma longa ditadura e de uma democracia muito recente.
Geralmente esta forma de gerir um país designa-se de populismo. Todavia, no caso do actual governo, mercê de ter nascido com o dito cujo virado para a Lua, por muito que prometa e depois não cumpra, poucos são os que o apelidam de demagógico.
Vejam-se apenas dois exemplos. Prometeu, quando lhe convinha – vai fazer para Novembro próximo, um ano -, a contagem de todo o tempo de serviço congelado aos professores. Agora, dando o dito pelo não-dito, afirma que apenas prometeu o descongelamento das progressões e que é impossível satisfazer as (justas) reivindicações dos docentes.
Outro caso paradigmático. Asseverou, sem estudar devidamente as consequências, ou seja, tendo por base apenas uma ideia repentista, que o Infarmed iria para o Porto. A não ser os respectivos funcionários, cuja vida pessoal e familiar viram, de um momento para o outro, completamente ameaçada, bem como alguns comentadores mais avisados, a maioria bateu palmas rejubilando de deleite. Agora, o ministro da Saúde, sem reconhecer que errou clamorosamente, tentando passar as culpas para os outros e ensaiando uma fuga entre os pingos da chuva, vem dizer que afinal aquele já não vai para a Invicta.