A noção de valor tem vindo a ser ligado e usado em diferentes situações e contextos, desde há muito tempo, mas com maior ênfase nos últimos três anos. Ultimamente tem sido dado um maior destaque, dadas as crescentes exigências de melhoria de competitividade que as instituições estatais enfrentam - sobretudo as de índole governamental, propriamente dito -, neste mundo cada vez mais global onde nos inserimos.
Os desafios que hoje se colocam às ditas instituições, principalmente as segundas, repito, e aos seus directos responsáveis são cada vez maiores e por isso as acções a desenvolver, nos domínios da gestão, devem ser guiadas por culturas e formas de estar que contribuam para gerar mais-valias no desempenho daquelas.
Ligado, durante muito tempo, a alguns indicadores com que os responsáveis avaliavam, de forma periódica, a performance económica-financeira do país, designadamente através dos valores acrescentados brutos e líquidos, sendo certo, porém, que outros valores – qualidade de vida, respeito pelos outros, maior liberdade de pensamento e de acção - eram tidos em linha de conta e, nessa ordem de ideias, a avaliação final não dizia apenas respeito àqueles itens.
Ora, os tempos mudaram. Infelizmente, acrescento eu. Assim, não admira que nos dias de hoje apenas se olhe para os números e se pense muito mais com a carteira do que com a razão. Olha-se para um défice zero ou muito perto disso e está tudo bem. Ou melhor, está excelente, pelo menos para alguns. Daí não nos surpreendermos com a sobranceria de António Costa (e Mário Centeno), como ainda ontem o demonstrou, de forma inequívoca, na AR. Os indicadores económicos vão de vento em popa e, por isso, nada importa se se honra ou não a palavra dada.