Os números variam ligeiramente, mas as conclusões dos diferentes comentadores convergem num cenário devastador: a corrupção, em Portugal, atingiu máximos históricos durante o período de 2005 a 2011, i.e., durante o consulado de José Sócrates.
A falta de controle, a tentativa de domínio da comunicação social, o clima de “prefiro não ver para não me aborrecer”, aliado à crise económica e financeira na Europa, bem como o risco da dívida pública portuguesa foram alguns dos motivos que se costumam apontar.
Todavia, eu prefiro chamar os bois pelos nomes e, nessa conformidade, afirmo que tal se ficou à falta de vergonha ou, como hoje se costuma dizer, à ausência de ética.
Quem se der ao trabalho de consultar os vários ensaios publicados pelos muitos observadores e estudiosos a operar em Portugal, notará que apesar do valor canalizado para a corrupção não coincidir – talvez devido aos diferentes critérios de análise utilizados –, os números apurados são, sem sombra para dúvidas, os piores alguma vez verificados em território nacional.
Já não nos bastava o escândalo do ex-primeiro-ministro, do caso BPN e quejandos, para agora também vir a lume o caso de Manuel Pinho. Um dia destes, por muito que queiramos, não conseguiremos abrir mais a boca de espanto.