Sinceramente, não é com admiração que vejo publicações nas redes sociais e até publicidade nos meios de comunicação regional a propalar as performances de determinadas escolas profissionais. É mais com espanto face à inexistência de pudor.
Dizem aquelas, e sobretudo uma aqui bem perto, que, para além de se encontrarem no primeiro lugar de um ranking que ainda ninguém percebeu a sua solução, conseguem, ano após ano, o aproveitamento de 100 % dos seus alunos, i.e., todos os alunos que, num determinado ano, entram chegam com sucesso ao final do respectivo curso.
Ora, para quem, pelo menos, anda há meia-dúzia de anos no ensino sabe, transitar todos os alunos é, em cada nível e sector, extremamente fácil. Desculpem o termo, é como limpar o rabinho a bebés. Difícil, difícil, para não dizer extremamente difícil, é conseguir que transitem todos dominando os mínimos de competências, como hoje se ouve amiúde afirmar, ou conhecendo e sabendo lidar com a maioria dos conteúdos. Para mais tendo em atenção o tipo de discentes com que lidam.
Aliás, um professor, uma escola que transite todos os alunos está no mesmo pé daquelas que a todos reprovam. Bem diz o nosso povo: nem oito, nem oitenta. Nesta ordem de ideias, aquela(s) pode(m) ter uma taxa de 100% de aprovações que apenas engana(m) os incautos. É que profissionais a 100% a sério não os forma(m).