O meu ponto de vista

Março 31 2018

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O exame de amizades e/ou amores “eternos”, proclamados e prometidos, e em seguida não correspondidos ou traídos, é uma bagagem que levamos connosco como desilusão da parte dos outros. É a prova humilhante da comprovação dos nossos limites e contradições de todo o tipo. Quantas vezes verificámos a nossa aleivosia neste campo!

Também, e mais ainda, no plano da Fé, existe essa infidelidade e incoerência. Por um lado, dizemo-nos cristãos e, por outro, vivemos à margem ou contra os desejos e as propostas do Mestre.

O Senhor, porém, que conhece em profundidade a nossa vida, muitas vezes, contraditória, não nos trata como merecem as nossas ofensas, mas, sim, misericordiosamente, e o abraço da amizade renovada espera-nos sempre.

publicado por Hernani de J. Pereira às 17:05

Março 30 2018

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As nossas vidas estão povoadas de presenças e marcadas por contínuos encontros. Presenças visíveis e próximas como a da mãe que vela e protege o seu menino, e outras, invisíveis, que se encontram para além e independentemente das distâncias.

Presenças e encontros que dão sossego, segurança e alegria, bem como outras que causam inquietação e angústia. Encontros rotineiros e imprevistos, e encontros esperados, preparados e muito desejados, como foi e continua a ser a Paixão do Senhor.

Estas experiências humanas levam-nos a perceber a outra realidade, aquela que se fundamenta no plano da Fé

publicado por Hernani de J. Pereira às 22:20

Março 30 2018

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A nossa resposta deve ser sempre dirigida a uma Pessoa e não a princípios ou ideias abstractas. Todas as vocações devem estar orientadas para uma missão. O chamamento de Jesus surpreende-nos. É uma irupção de Alguém na nossa vida quotidiana – trabalho, interesses … - e desinstala-nos. “Levantou-se, deixou tudo …” (Mt 9,9).

Este tempo supõe disponibilidade para seguir rumos ainda que desconhecidos, dos quais só Deus sabe. São tempos de assinar um “cheque em branco”, com a certeza absoluta que esse gesto será fecundo, recompensado e, sobretudo, gratificador.

publicado por Hernani de J. Pereira às 17:37

Março 28 2018

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Têm sido dias de muito labor. Labuta que bem estava a necessitar, tanto física como psiquicamente. Enormemente fatigado, mas simultaneamente com uma satisfação interior do tamanho do mundo. Hoje, para variar, tive a contribuição de um jovem. E em boa hora o convidei.

Ajudar os jovens a despertar para a necessidade de tomarem decisões quanto ao seu futuro académico ou laboral foi uma preocupação constante ao longo dos últimos quarenta anos. Umas vezes pensamos que os jovens de hoje são melhores que os de outros tempos, i.e., que são mais rápidos e mais eficazes. Outras, porém, cogitamos o contrário.

Então, o que envolve as aludidas gerações? O tempo, é a resposta. Não falo só do tempo enquanto metáfora cronológica, falo do tempo relacionado com factores culturais vigentes num dado momento histórico, falo do tempo enquanto tecnologia disponível e velocidade de comunicação.

Não podemos mudar as experiências de vida das pessoas, mas podemos trabalhar para que as atitudes no ambiente de trabalho e as expectativas delas sejam as melhores possíveis.

publicado por Hernani de J. Pereira às 21:03

Março 23 2018

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A questão da precaridade no emprego não é de agora. Há muito que é falada. Hoje, porém, começa a tomar outros contornos, apesar da controvérsia gerada. Há cerca de há dois anos a afirmação de que é preferível ser trabalhador temporário a estar desempregado incendiou o debate político da altura.

É uma verdade irrefutável que um posto de trabalho para a vida inteira é um conceito longínquo, do tempo em que a estabilidade dominava o mercado de trabalho.

Nos últimos quarenta anos, o conceito do trabalho foi-se alterando à medida em que a garantia de emprego, um vínculo estrutural nas relações laborais, desaparecia na voracidade da redução de custos. Mau grado as consequências, económicas e sociais, da precaridade laboral é forçoso constatar que, nos dias que correm, o reinado do trabalho sobre o emprego se tornou um denominador comum. Digo tudo isto diariamente aos meus alunos, amanhã técnicos.

A transformação das sociedades onde o trabalho se tornou um recurso volátil e escasso, substitui a confiança pelo permanente confronto dos interesses antagónicos que regem, nas economias desenvolvidas, a sustentabilidade das relações laborais. A lógica do trabalho temporário depende da existência de um Estado regulador a quem compete gerir o delicado equilíbrio de interesses – repito, económicos e sociais – num dos sectores que, diariamente, mais postos de trabalho cria em todo o mundo.

Por fim, será de bom tom afirmar-se que competirá à ACT zelar escrupulosamente para que as organizações proporcionem aos colaboradores, independentemente do tipo de vínculo laboral, a igualdade possível das condições salariais, direitos, regalias e oportunidades de carreira

publicado por Hernani de J. Pereira às 21:22

Março 21 2018

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Mário Centeno pediu, por várias vezes, bilhetes ao Benfica, clube que tem um vastíssimo contencioso com as finanças, para assistir, de camarote, aos jogos deste. Argumenta que face à figura que é, com os riscos de segurança inerentes a tal função, não pode ir para o meio do people. Lá saberá porque é que o comum dos mortais o tem em tão má estima. Por exemplo, o Marcelo Rebelo de Sousa não teria problema algum. Até adoraria e seria adorado.

Soube-se agora que António Costa também solicitou bilhetes para o Estádio da Luz. Só que foi para os filhos. E ninguém se revolta com esta promiscuidade? Há direito de usar um cargo para favorecimento da família?

O que diriam se fosse o Passos Coelho?

publicado por Hernani de J. Pereira às 21:36

Março 20 2018

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O primeiro-ministro considerou na semana passada, a propósito dos incêndios, que um dos maiores problemas do país é a "péssima qualidade" da sua informação, dizendo que apenas desperta para os problemas no meio das tragédias, esquecendo-se da prevenção.

Críticas proferidas por António Costa na parte final do debate quinzenal, na Assembleia da República, após uma intervenção do deputado socialista José Miguel Medeiros sobre medidas em curso para a prevenção e combate aos incêndios florestais.

Antes, aquele deputado e ex-secretário de Estado tinha defendido a acção do Governo em matéria de prevenção e combate aos fogos, numa intervenção em que sustentou que a prioridade "tem de ser dada à reforma da floresta".

Agora, imaginem o homem como primeiro-ministro de um governo maioritário. Um segundo Sócrates, mas muito mais sagaz. Aliás, não foi por acaso que foi excelso delfim no governo deste. Recordam-se?

Igualmente para os mais esquecidos, relembro que o ex-primeiro-ministro, face a uma comunicação social independente, também tinha um plano para a controlar, começando pela aquisição abusiva da TVI.

publicado por Hernani de J. Pereira às 14:08

Março 19 2018

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Ano após ano, década após década, o número dos “resistentes” é cada vez mais baixo. Os jovens procuram outras paragens, sobretudo os grandes centros urbanos do litoral, deixando aldeias, solos e paisagens votadas a um abandono profundamente desertificador em termos humanos, económicos e ambientais.

São muito poucos aqueles que se podem classificar como instrumentos de futuro. Não são certamente muitos e nem os únicos, mas são uma garantia para aqueles que ficarem, uma aposta para os quiserem regressar e uma oportunidade para os que se vierem instalar.

Estas terras bairradinas são grandes e grande é também a vontade de crescer, razão pela qual tem vindo a recolher, junto da população, um forte desejo de concretização, uma concretização quantas vezes interrogada, tantos foram os avanços e recuos ao longo de décadas.

Hoje, porém, estamos em condições de reafirmar o que ficou dito há muitos anos atrás: a Bairrada - principalmente os seus vinhos - é irreversível. Hoje também começam já a revelar-se novas dimensões agrícolas e turísticas, duma região capaz de desenvolver num contexto de equilíbrio ambiental e social.

Neste momento quero deixar duas palavras de agradecimento. Em primeiro lugar aos meus pais, pois foram os pioneiros na estrutura do meu ser enquanto amante deste “sujo” que lava, que é a agricultura. Depois, uma palavra de esperança e de confiança num futuro certamente melhor. A criação de um espaço digno e com novos horizontes, onde os meus vindouros irão ter um papel decisivo naquilo que será o futuro. E não é muito diferente daquilo que queremos todos … uma vida digna, onde o “amanhã” deixará de ser uma incógnita e o “hoje” se viverá com maior intensidade.

publicado por Hernani de J. Pereira às 11:29

Março 16 2018

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Escrever sobre política? Sobre educação? Não. Hoje estou numa de negação. Nada me satisfaz e, como se dizia há umas dezenas de anos, nem a maldita cocaína me satisfaz. Eu, que nem um cigarro fumo.

Há momentos na vida assim. Autênticas páginas em branco. Não é a primeira vez, mas hoje parece pior. Valha-me o que, um dia, Kandinsky, introdutor da abstração no campo das artes visuais, disse: “uma tela ou folha de papel em branco é sempre melhor que outra alegadamente pintada ou escrita”.

publicado por Hernani de J. Pereira às 21:12

Março 15 2018

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Os professores estão em greve. Bem sei que pouco se nota, não devido à inexistência de motivos fortíssimos para levar toda uma classe a aderir a tão drástica forma de luta, mas sobretudo por outros factores, entre os quais destaco: escassa mobilização, descrença da maioria dos docentes nos dinossauros que regem os sindicatos, consternação face às forças políticas que nos governam e/ou sustentam parlamentarmente estas, desânimo capitaneado por um nível etário muito elevado e, não menos importante, o momento escolhido, i.e., época de testes de fim-de-período.

Ora, o resultado no dia-a-dia das nossas escolas da presente luta, deve levar os sindicatos a ponderarem muito bem sobre a sua postura, principalmente nestes dois últimos anos. O companheirismo com o poder, para não dizer conluio – para muitos não tem passado de traição – tem levado muitos professores a descrerem totalmente das intenções daqueles, levando-os a dessindicalizarem-se, como, aliás, foi o meu caso. Por isso, o rejuvenescimento destas estruturas representativas é absolutamente necessário.

publicado por Hernani de J. Pereira às 20:20

Análise do quotidiano com a máxima verticalidade e independência possível.
hernani.pereira@sapo.pt
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