Imaginem que organizam um almoço, jantar ou aniversário. Porém, se o número de convivas é elevado, acarretando, como é óbvio, uma enormíssima quantidade de trabalho, não é possível usar a louça que habitualmente usa. Concebam, ainda, que muito menos tem dinheiro para alugar um espaço ou contratar uma empresa de catering para o fim em vista. Solução: utilizar pratos, talheres e copos de plástico. Não é o mais adequado, mas para missões difíceis requerem-se resoluções adequadas.
Atenção que não estou a falar de espalhar, no final da festa, tais objectos no meio da praia, da floresta ou do parque, algo totalmente reprovável. Fico-me por um caso, digamos assim, caseiro, em que, no final, todo o lixo é selecionado e colocado no respectivo ecoponto.
Até aqui, venha a primeira pessoa que diga que nunca procedeu desta forma. Todavia, a ser aprovado o projeto de lei do PEV, PAN, BE e PCP, os quais defendem a proibição da utilização de louça descartável, tal deixará de ser possível.
Assim sendo, um dia destes, comeremos, com o mesmo garfo e colher, ou, então, à mão, do mesmo tacho, e beberemos da mesma garrafa, ou, melhor, será conveniente que seja do mesmo garrafão. Quanto muito, a sobremesa será servida sobre um guardanapo. E é por agora, uma vez que estes advêm das celuloses, as quais, como é público, são consideradas inimigas fidalgais daquelas franjas minoritárias da sociedade, mas, que infelizmente, obtêm o maior eco na comunicação social.
O cisma de nos imporem o que acham, agora, que é politicamente correcto, em tudo e mais alguma coisa, seja publicamente ou no mais recôndito da nossa intimidade, para além de nos transformar numa sociedade eugénica, irá transformarmo-nos, cada vez mais, em seres individuais.