Muito do que diariamente fazemos não está regulamentado. Pelos motivos óbvios, ainda bem que assim é. Todavia, por vezes, tal consubstancia um refúgio fácil e atraente para o desenvolvimento de percursos, onde se albergam não apenas ideias – quem diz ideias, pode falar também em pessoas - tecnicamente pouco habilitadas que se propõem desempenhar, mas também referências que sob a capa de empreendedorismo, escondem histórias pouco edificantes de fuga a responsabilidades, invocando se necessário falsas qualificações e credenciais inexistentes.
No contacto político esta realidade é particularmente frequente. Beneficiando do largo espectro de actividades e da permissividade dos nossos bons costumes, o (de)crescimento do sector presta-se a que, a par da natural e legítima criação de novas alianças, surjam com frequência, no campo político, casos flagrantes de uniões que, sob diferentes roupagens, encarnam o mito da fénix renascida para esconder um passado pejado de amigos defraudados, casos mais ou menos litigiosos e laboriosos colaboradores atirados para a sargeta.
(Continua)