O ensino, como tudo na vida, funciona bem com os equilíbrios das variáveis das respectivas equações. Por regra, existe investimento na aprendizagem quando se sente segurança e esta está directamente ligada à capacidade de ajustamento do ensino face aos movimentos naturais dos agentes educativos. E estes ajustes são algo tão essencial como o fluxo de quem quer aprender e quem ensina, provocando as oscilações naturais na Escola.
Nesses casos decide-se ensinar mais se a procura for grande ou, pelo contrário, retrai-se se se verificarem opções opostas. Este assunto é aceite e debatido com naturalidade. Ora, este mecanismo não é mais que a flexibilidade. Ter flexibilidade significa evitar partir, porque as roturas provocam consequências desastrosas e frequentemente retrocessos. Aliás, a engenharia mecânica elenca explicações científicas absolutamente convincentes para ilustrar este efeito.
Também o ensino se move, neste essencial, como qualquer outro, com base na procura e na oferta. E funcionará, melhor ou pior consoante a capacidade de ajustamento que lhe for permitida, com as consequências imediatas ao nível da elevação da Escola. Existem, porém, um conjunto de restrições que podem condenar à pobreza um ensino que tudo tem para ser excelente: desfasamento entre quem quer ou não aprender, ou seja, existir alguém que quer aprender conjuntamente com outros que não querem e, pior ainda, não deixam que os seus colegas aprendam.
Colocar esta discussão ao nível dos dados económicos não é promover o desenvolvimento do país. Ajudará, sim, consultar as melhores práticas dos países mais desenvolvidos para que não passemos toda a nossa vida a tentar inventar a roda, esquecendo-nos de adquirir o automóvel.