Ontem morreu Belmiro de Azevedo, uma das maiores figuras empresariais das últimas quatro décadas. Fundador da Sonae, o maior grupo empresarial nacional, instituidor dos Continente(s), os maiores espaços comerciais de venda a retalho, criador do Público, jornal diário, sempre em défice, mas considerado por todos como o de maior referência em Portugal, criador da ex-Optimus, hoje Nos, a qual continua hoje-em-dia a ser uma das operadoras de telecomunicações com lastro suficiente para competir a nível internacional, entre tantas outras iniciativas. Filho de carpinteiro e de costureira, algo que o marcou para a vida - que a elite bem pensante nunca lhe perdoou e/ou esqueceu - fez-se homem e empresário totalmente à sua custa.
Hoje outro vulto da história recente faleceu. Zé Pedro, umas das grandes referências, míticas aliás, da música portuguesa dos últimos trinta anos. Sem ele, Xutos&Pontapés não seria, de modo algum, a mítica banda que foi e ainda é no panorama do rock português contemporâneo. Tantas e tantas canções que, ao longo de dezenas de anos, escutámos com imenso deleite, fruto do enorme talento deste músico prodigioso.
Para ambos, em tudo o que é comunicação social, não sobrou espaço para as máximas referências elogiosas, para os mais elevados encómios. Diga-se perfeitamente justos.
Dentro da minha pequenez – não, não estou a ser humilde em demasia – deixo, neste breve texto, a minha homenagem a ambos.