O fogo aparece quando a camada combustível não é destruída pela natureza ao mesmo ritmo que é armazenada, dando-se um aumento do volume das células comburentes. Quando simultaneamente diminuem os líquidos, a matéria inflamável endurece, contrai-se e daí até à ignição é … um instante.
Adicione-se a indústria do fogo – material para os bombeiros, aviões, indústria da celulose, madeireiros, entre outros -, bem como pirómanos, sem esquecer a ineficiência dos boys designados para a protecção civil, e se acrescentar a irresponsabilidade política do governo, dá, sem dúvida, o resultado que nos últimos tempos assistimos.
Agora, a paisagem apresenta a inestética de um cinzento escuro, resultado da acumulação de depósitos de cinza sobre a terra, sob a forma de pequenos nódulos que surgem sobretudo onde o fogo foi mais incisivo.
Pior, muito pior, foram as vidas perdidas. Hoje houve, por parte do governo, um pedido de desculpas. Tardio e forçado, é certo, pelo assertivo discurso de ontem do Presidente da República, não pode, porém, deixar de ser registado.
Todavia, a pergunta mantém-se: será que António Costa tem condições para continuar a liderar o governo? É que constitucionalmente ele é o principal responsável por todo este imbróglio.