Ontem, como é do conhecimento público, foram dados à estampa os resultados das Provas de Aferição (PA) realizadas durante o ano lectivo transacto. E os demagogos e irrealistas da 5 de Outubro gritaram, a plenos pulmões, aqui d’El Rei e que, como tinham previsto, o ME sempre teve e tem razão. Como de costume, nas entrelinhas, não deixaram de apontar os culpados de sempre, i.e., os professores. Aliás, não é por acaso que proclamaram que iriam proporcionar aos docentes mais formação, ou, por outras palavras, o mesmo é dizer que estes não se encontram devidamente preparados para ensinar adequadamente segundo a nova cartilha de Brandão, Leitão e Costa.
Não afirmo que toda a realização das provas de aferição siga esta linha, mas quem pisa o terreno diariamente e há muitos anos anda sofregamente a lutar por mais e melhor ensino, sabe que quanto maior é a idade dos alunos menor é a sua ligação afectiva com as ditas provas. Aquelas, como se sabe, foram importadas pela famigerada dupla MLR/Sócrates da Finlândia – arre, ainda continua a ser o suprassumo – e pelos seus paupérrimos resultados foram, pouco a pouco, abandonadas.
Ora, tal como há dez anos, também hoje os alunos, sobretudo os do 3º CEB, sabem que esta avaliação externa não conta para nada. Então, não contando para quê o esforço? Como é lógico estão-se marimbando.
Se até a maioria dos adultos só muda de atitude quando sente o peso nas costas ou no bolso, o que esperar de um jovem de 13 ou 14 anos, que frequenta o 8º ano, quando sabe a priori que as PA não o efecta em nada?
De uma vez para sempre, deixem-se de malabarismos - eduquês de trazer por casa - e reponham o ensino à séria.