Dizer que o PSD sofreu ontem uma hecatombe monumental e o PS uma retumbante vitória é chover no molhado. Já todos o sabem e, por isso, não interessa estar a repetir. Importa, pois, ver quais as consequências de tais resultados, sobretudo para a área da Educação.
Assim, o reforço popular com que foi brindado o governo, faz este sentir-se com maior legitimidade para impor aquilo que acha que é a sua verdadeira matriz. Por exemplo, a municipalização vai avançar e em força. O ME quer e os municípios ainda o desejam mais. Não tardará muito para que até os docentes estejam debaixo da alçada destes últimos. Coloquem as barbas de molho. Pode não ser nesta recta final da presente legislatura, mas, pelo andar da carruagem, a maioria tão ambicionada pelo PS está-lhe praticamente no colo. Depois serão favas contadas.
Outra questão será a aposentação dos docentes. Apesar de se saber que apenas 0,4% dos docentes têm menos de 30 anos e que a maioria tem mais de 50, a justa reivindicação de uma aposentação plena, para quem tem 60 ou mais anos de idade e 40 de serviço, não avançará.
Ah, evitemos de nos queixar uma vez que não foram os espanhóis que deram tal prenda a António Costa e a Mário Centeno.