Não, não nos podemos esquecer de que a dimensão de compromisso espiritual se encontra em permanente ameaça, a qual se consubstancia no nosso afastamento e fechamento em relação aos outros. Esta é uma realidade que não podemos ocultar e muito menos escamotear. Muito desta atitude de distanciamento está relacionada com o facto de não nos querermos expor perante situações que afectam os outros e que podem interferir ou colocar em causa o nosso conforto e tranquilidade ou, com maior impacto no fechamento, a nossa segurança.
Na realidade, somos diariamente confrontados com problemas sociais que revelam de forma inequívoca a instabilidade e complexidade do mundo em que vivemos. Muitos destes problemas revelam-se através de iniquidades injustas e das desigualdades incompreensíveis, das falsas promessas e das corrupções que nos deformam, das interpretações irracionais estereotipadas do outro que desconhecemos e que nem sequer queremos compreender.
Felizmente, alguns de nós, há muito “vacinados”, encontram-se “equipados” com um conjunto de modelos e ferramentas que permitem enfrentar com maior competência os problemas sociais que se nos vão colocando.