Não, não abram a boca de espanto. Habituem-se a tal pois não é de agora o uso sistemático de subterfúgios por António Costa com o fim de esconder as mazelas da sua governação. O seu problema é que, devido à actual e grave crise, tal medida é mais proeminente e, daí, mais visível.
Acham a análise muito rebuscada? Pois observem que até a presente demissão de três secretários de Estado obedeceu a uma estratégia de marketing, ditada pela análise dos “focus group” criado pelo governo. Como é possível? Bem, basta pensar que era absolutamente imprescindível que a atenção dos media, i.e., da voz pública se virasse para outo lado, deixando, assim, de ter uma atenção centrada nos fogos de Pedrógão Grande e no furto de material de guerra de Tancos.
Não acreditam? Vejam as primeiras páginas dos jornais e as notícias que fazem a abertura dos telejornais. Aqueles que rodeiam António Costa não brincam em serviço e as agências de comunicação, pagas a peso de ouro, que o assoreiam muito menos. Tudo isto foi estudado ao milímetro e apenas aguardava a chegada daquele das suas férias.
Não concordam? Notem, então, que o caso Galp, em que os actuais secretários de Estado cujas demissões apresentaram “agora”, é conhecido há precisamente um ano. Acham que após tantas vozes terem solicitado a sua demissão e tanto tempo passado só agora é que sentiram o apelo à dignidade?