Foram quase mil milhões de euros, mais concretamente 942,7, que o governo cativou o ano passado, de modo a vangloriar-se por quanto é lado que, sem austeridade – mentiroso sou eu e não minto tanto -, conseguiram o mais baixo défice da história da democracia portuguesa.
Para bom entendedor e em português claro, quando se fala em cativar, fala-se em não gastar o que estava programado. Como é evidente, o “poupar” deste modo significa também que existiram necessidades que não foram supridas, obras que não se realizaram e pagamentos que foram adiados para o futuro. Incerto, acrescento eu.
Por isso não admira os carros móveis do SIRESP avariados e cuja reparação foi adiada sine die, o não conserto da rede metálica e a inexistência de videovigilância nos depósitos militares de Tancos, bem como muitas outras situações, umas que nunca saberemos, outras que, pouco a pouco, vamos tendo conhecimento.
Entretanto, não existe qualquer assunção de responsabilidades e o primeiro-ministro vai de férias como nada de grave se passasse.
Os nuestros hermanos gozam connosco, chegando ao cúmulo do El País afirmar que “em Portugal é mais fácil furtar armas de instalações militares do que encontrar iogurtes no frigorífico das nossas casas”. Mas isso não importa nada.