Tal como aqui já referi, começam hoje, prolongando-se durante uma semana, as provas de aferição de expressão física e motora dos alunos do 2º CEB., servindo estas, segundo a tutela, para obter uma radiografia dos conhecimentos e dificuldades no ensino desta área de ensino.
Com toda a franqueza e desculpem-me a rudeza, tudo não passa de balelas. Existem muitos interesses em jogo, que não os dos discentes, os quais não são revelados, contrariando, deste modo, uma prática que este ME dizia colocar na ordem do dia, i.e., ao invés dos procedimentos da anterior equipa ministerial. Empresas de material desportivo, gabinetes da educação das autarquias, associações de professores, gabinetes ministeriais, ciências da educação, entre outros lobbies, tudo misturado e desesperado para levarem a água ao seu moinho.
Indagar se crianças de sete anos sabem ou não dar a cambalhota? Sim, sim, é com este saber que o país dará o salto para a sustentabilidade futura. Há grande Tiago, enorme timoneiro. E aqueles que não sabem, a culpa é certamente dos docentes? Já estou a ver no próximo ano as professoras – falo no feminino já que a maioria é deste género – com 50 ou 60 anos, uma vez por semana, de fato de treino vestido, a praticar alteres, flexões, corta-mato, natação, entre tantos outros exercícios físicos. A escola não tem ginásio nem coisa que o valha? Não faz mal. Pratica no alpendrezinho das traseiras ou no parco espaço envolvente cheio de poças de água. Sujam-se mas aprendem a contornar obstáculos. Não tem sanitários para depois tomar banho? E qual o mal de se sentarem todos sujos?
Conveniência para os professores do 1º Ciclo? Zero! Interesse dos alunos? Menos que zero. O que vai aparecer no relatório final? Todos já sabemos! Mais e mais formação para os docentes deste ciclo. E quem entra então em jogo? Os especialistas deste enorme jogo (de interesses): associação de professores, cujos dirigentes, pagos a peso de ouro, passam o dia encostados às ombreiras dos gabinetes da “5 de Outubro”; jovenzinhos(as) especialistas dos gabinetes das câmaras municipais, empresas do ramo, etc., etc.
Já agora seria conveniente saber-se quantos alunos do 1º, 3º e 4º ano ficam sem aulas durante uma semana inteira.
Por último, reafirmo que jamais penso em desvalorizar a prática da educação física. Contudo, recuso-me a entrar em demagogias e muito menos em ondas de euforismo bacoco. Querem EF a sério? Então, criem-se condições. Numa folha A4, sem ser especialista da matéria, direi quais são e não levo mais por isso.