Não andei de cravo vermelho, nem na lapela nem na mão, mas colhi, no meu quintal, uma bela alface para acompanhar o almoço. Sim, passei o dia inteiro na agricultura, uma vez que nas zonas rurais este é um dia de trabalho como foi o de ontem e como será o de amanhã. Com esta atitude não pretendo criticar quem optou por passar o Dia da Liberdade em manifestações públicas. Cada um comemora conforme muito bem entende. É a Liberdade!
Neste dia fico sempre chocado por constatar termos conseguido o mais difícil – a conquista da Liberdade -, falhando, porém, na construção de um enquadramento propício ao seu aproveitamento, ou seja, um ambiente em que do ponto de vista fiscal, jurídico, económico, entre outros, todos pudéssemos prosperar de forma saudável, acolhendo e beneficiando do activo que representou a geração pós-25 de Abril.
Séneca dizia “não nasci destinado a nenhum lugar: a minha pátria é o mundo inteiro”. Todavia, estou certo, que se referia a outra dimensão humana.