Ontem, num debate televisivo, de alguém afecto ao PS e, por conseguinte, apoiante incondicional da “geringonça”, ouvi estas pérolas, as quais cito de cor: “Portugal, desde logo, possui factores intrínsecos de enorme competitividade, uma vez possuir uma posição geoestratégica”.
Acrescentou logo a seguir. “Temos para oferecer aos potenciais investidores todo um bloco de mercado natural: o do Atlântico, o da Europa e da lusofonia, que muitas grandes empresas não alcançam. Depois temos uma rede de infra-estruturas logísticas e de comunicações de excelência – os nossos portos, aeroportos e redes viária e ferroviária são essenciais para qualquer intenção ou projecto de investimento”.
E o perorar sobre este rectângulo à beira-mar plantado continuou. “É determinante a existência de recursos humanos altamente qualificados, os quais possuímos, bem como a ligação cada vez mais estreita entre a academia e o mercado de trabalho, entre a investigação e a inovação. Outro aspecto que assenta a nossa mais-valia é a existência de anéis de fornecedores qualificados, ou seja, de empresas quer asseguram a estes grandes projectos industriais a sua sustentabilidade, a sua competitividade, a sua logística, no fundo, a sua operacionalidade”.
Terminou com chave de ouro. “Portugal é um país seguro e estável, que está a empreender um conjunto alargado de reformas estruturais que o tornam competitivo à escala global. Adicionalmente, oferecemos aos investidores um conjunto atractivo de incentivos e de benefícios que reforçam a opção pela escolha de Portugal”.
Assim sendo, quase a medo devido ao clima claustrofóbico que, de certo modo, se vive, atrevo-me a perguntar: Então, o que nos falta para estar nos primeiros lugares do ranking dos países mais desenvolvidos? É que pela descrição nós vivemos no paraíso.