Afinal a tão propalada reforma curricular pode não passar do papel. O que foi afirmado ontem, é desmetido hoje e alterado amanhã. Veja-se o caso do emagrecimento das disciplinas ditas essenciais – Português e Matemática. Com o (re)ssurgimento de outras e não podendo aumentar a carga horária dos discentes, a qual já é pesadíssima, uma das maiores da Europa, só havia um caminho, ou seja, retirar horas lectivas daquelas. Algo, aliás, com que a presidente da Associação de Professores de Matemática, mancomunada com a actual equipa do ME, concordou publicamente, vindo agora desdizer-se, afirmando que tal nunca tinha estado em cima da mesa. Bem, farinha do mesmo saco!
O certo é que tudo não tem passado de fogo-fátuo, em inúmeras reuniões promovidas, um pouco por todo o país, à porta fechada como convém, pelo SE da Educação, João Costa. Lançam-se umas ideias para a esquerda, outras para a direita, para cima também se notam, para baixo por ser conveniente, em diagonal uma vez que pelos lados também se joga, do género “vamos ver qual o barro cola à parede”.
Como é necessário mudar o edifício crátrico de alto a baixo, independentemente dos estudos e das soluções, em tempos tomadas, terem surtido efeito, e uma vez não se ter uma ideia própria, i.e., com “cabeça, tronco e membros”, toca de lançar uns bitaites, tipo spin on e skeel out.
É que esta “coisa” da reforma curricular é bonita e fica bem na lapela. Todavia, quando se começa a escarafunchar vê-se que não existe outra solução que não pode deixar de passar pela alteração da carga horária semanal das disciplinas. E se, por um lado, ninguém quer ficar sem a sua disciplina, por outro ninguém quer perder qualquer regalia e assim, como é óbvio, ficamos nesta ambivalência: concordo com a alteração se não for na minha aldeia. Mais: também concordo com a redução horária desde que não seja na minha casa.
Por isso, digo que, para já, esta nova história de Cinderela não passará de uma história de bruxas más da Bela Adormecida ou da Branca de Neve.