Então não é que a Cáritas de Lisboa tem reservas de 2,4 milhões de euros e uma quantidade enorme de imóveis devolutos, i.e., sem renderem o que quer que seja? Uma IPSS, e ainda por cima ligada directamente à Igreja Católica, com um procedimento destes não é admissível. Que tenha o seu pé-de-meia para uma emergência, todos lobrigamos. Mas tanto? E com tanta miséria à sua porta? O que Cristo diria e, sobretudo, faria se viesse à Terra? Sorte a deles, pois seriam corridos tal como foram os vendilhões do templo.
A agravar a situação, a prestação de contas que, por Lei, é obrigatória, bem como a respectiva publicitação, só o foram porque o Público assim o exigiu em tribunal. Lindo exemplo! Não é só na política que estamos mal servidos. Muitos lugares na Igreja existem a necessitar urgentemente de uma varredela.
Deixo, desde já, a minha declaração de interesses. Como contribuinte líquido para a Igreja Católica, da qual me honro de fazer parte, imponho duas coisas: uma explicação cabal destas situações e o fim imediato das mesmas. Ah, já agora, Fátima, ao contrário do que ouço por aí, não é a mesma coisa, já que não se trata de uma IPSS, tendo apenas por obrigação prestar contas a quem de direito, ou seja, à Conferência Episcopal Portuguesa.
Atenção, porém, que o caso da Cáritas de Lisboa não é único. Segundo informações vindas a público, Coimbra e Setúbal andam pelos mesmos caminhos. Infelizmente não pelos do Senhor.