Tem estado na ordem do dia e, como tal, existem já iniciativas de alguns partidos, como por exemplo o BE – quem mais poderia ser? -, com o fim de legislar sobre o assunto. Referi-mo concretamente à possibilidade de, ao final da jornada diária, o trabalhador poder desligar-se por completo dos assuntos da sua organização, i.e., recusando as recomendações contidas em emails, mensagens e telefonemas.
Em Portugal e não só, as organizações esperam que os seus colaboradores estejam, disponíveis além do horário de trabalho, mantendo esta expectativa mesmo no período de férias. Não havendo, de verdade, um real out of office, será esta questão uma exigência do mundo actual ou será que as relações de trabalho estão a mudar?
Um estudo da Randstad Workmonitor, recentemente dado à estampa, afirma que "mais de metade dos funcionários declara não se importar de tratar de assuntos relacionados com o trabalho no seu tempo privado". Mais: "cerca de 39% fá-lo, inclusive, nas férias, não porque se sinta obrigado, mas devido a gostarem de estar envolvidos permanentemente com a sua instituição".
É evidente que as novas tecnologias podem ser responsáveis por este “always on”. Porém, há quem acredite que as pessoas também mudaram, ou seja, querem estar envolvidas, fazer parte e acompanhar permanentemente. Em boa verdade, para a maioria o trabalhar não é a parte cinzenta e muito menos escura do nosso dia-a-dia. É a possibilidade de fazer, de acrescentar valor, de estar ligado e de aprender.
(Continua)