Sabemos que a nossa Constituição é extensa e demasiado palavrosa. E, desde há muito, vamos constatando que é um empecilho ao desenvolvimento do país. Aliás, não é por acaso que as forças mais conservadoras da nossa sociedade, vulgo esquerda e extrema-esquerda, se agarram à mesma com unhas e dentes. Isto apesar de, em tempos passados, não a ter aprovado. Mas isto são contas de outro rosário.
O que está provado que é possível lê-la a vários níveis epistemológicos e, desse modo, “interpretá-la” a seu belo prazer, fazendo lembrar os muçulmanos relativamente ao Corão. Talvez seja esta arbitrariedade, que fica em poder de alguns poucos iluminados, que está a tornar este país uma caricatura da Torre de Babel ou da República das bananas.
Algo tão fundamental para a vida de uma país e de um povo não pode, nem deve, ser susceptível de, em democracia, a maioria dos interessados não poder ter opinião. Para já temos um Tribunal Constitucional mas, como vão proliferando opiniões e leituras, quiçá esotéricas, não me admira de um dia destes serem criados outros e outros órgãos de supervisão. Bem, era só o que nos faltava!
Acresce a esta confusão o problema de tudo ser pago pelos ignorantes: nós!