O desemprego, felizmente, tem vindo a decrescer desde 2014. Ainda é grande – basta haver uma só pessoa sem trabalho para ser intolerável – mas, o certo, é que tem vindo a diminuir. Também é verdade que à custa de algum trabalho temporário. Mas só quem não sentiu os malefícios do desemprego pode desdenhar de um emprego a termo certo. Como o nosso bom povo costuma dizer “mais vale um pássaro na mão que dois a voar”.
Para que este caminho continue há também que mudar mentalidades. Empresas, trabalhadores e candidatos enfrentam este desafio dando primazia à geração de valor acrescentado e rentabilidade. Por outro, ultrapassando o estigma do trabalho temporário e do outsourcing, focando-se sim em acrescentar valor, enriquecer a sua experiência e até reinventarem-se para o mercado.
Ora, o BE – qual, senão este grupo político? – propõe fortes limitações ao trabalho temporário. A ideia do Bloco, secundado pelo Governo – podia ser de outra forma? -, é criar um limite para o número de renovações, assemelhando estes contratos aos contratos de trabalho a termo. Se no final do período estipulado, a empresa decidir manter o trabalhador ao seu serviço, então o funcionário entra para os quadros.
À primeira vista, a ideia até é simpática. Todavia, sabendo como está a nossa economia, qualquer empresa vai conter-se na contratação de trabalhadores, pois sabe que, senão o fizer, mais cedo que tarde, terá de passar estes para os seus quadros, situação por todos sabida como incomportável.