Prometi, a mim mesmo e não só, que durante as férias daria descanso ao teclado e, por essa razão, nada publicaria neste espaço.
Todavia, como os meus caros leitores bem sabem, a excepção confirma a regra. Assim, em função de um assunto tão sério com que fui confrontado por estes dias, não resisti e, por isso, eis-me a escrevinhar algo.
O caso que me deixou enormemente inquieto prende-se com a situação económica a que presentemente o nosso ex-primeiro-ministro José Sócrates se encontra sujeito. Aliás, que outro motivo tão forte poderia haver para me levar a quebrar aquela promessa?
O grande timoneiro, esse líder incontestado, o tão amado governante é obrigado a viver, os dias que correm, com uma reforma cujo montante líquido pouco ultrapassa os 2 400 euros. Não me digam que não é ignominioso, para não dizer ultrajante? Como é possível dar a tão distinto e valoroso político uma pensão que está perfeitamente ao alcance da grande maioria dos portugueses?
Nesta ordem de ideias, lanço desta tribuna um apelo forte e veemente para que surja uma petição pública com o objectivo de aumentar aquela aposentação. No mínimo, o Estado deve-lhe pagar 20 000 euros mensais, em catorze prestações por ano. Tanto mais que agora o seu grande amigo Carlos Santos Silva não lhe pode “emprestar” uns trocados sequer.