Costumamos ouvir que na tropa a antiguidade é um posto. Bem, hoje-em-dia na função pública e na maioria das empresas estatais isso também se verifica. Ainda agora, por ocasião do acordo entre os estivadores e as entidades patronais, tal esteve em cima da mesa e foi aprovado e passado a escrito.
Rigor e atitude são dois pilares fundamentais para a meritocracia, algo que muito tenho discutido ultimamente. Rigor no sentido da transparência e da forma como é comunicado e implementado o processo de avaliação. Atitude porque numa organização de alto desempenho, este vai ser um factor a considerar quando talentos concorrem pelo mesmo lugar.
A ambição, a motivação, a dedicação e até a “raiva” positiva de querer constantemente mostrar que se é o melhor candidato, a melhor escolha, no fundo, o eleito de entre os eleitos. A esta competitividade e nível de performance a instituição tem de responder com uma estratégia de retenção de talento, de engagement com projectos ou, simplesmente, tem de compreender que aquele talento vai acabar por “voar” para onde consiga desenvolver o seu potencial.
As pessoas são “máquinas” fabulosas que vão para além do mero livro de instruções ou de qualquer programação inata. As pessoas competem e procuram reconhecimento. Mas num país onde a maioria, pelo menos aquela que se exprime publicamente, não quer saber de avaliação, quer seja na fase recrutamento ou já na hierarquia da organização, a selecção infelizmente não é exclusivamente baseada em factores tangíveis, mas tendo em consideração essa subjectividade e a componente emocional que se traduz em menor valor para a organização.