Os projectos transversais são uma realidade do nosso quotidiano. Ponto final parágrafo, pois nada há a dizer mais sobre tal assunto. Todavia, ver isso espelhado em decisores do mais alto nível da governança deste país é que me parece já exagerado. Tudo bem a nível organizacional. No que concerne, porém, a quem tem de tomar decisões que afectam todos, mas mesmo todos, os portugueses o caso muda de figura.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, numa hiperactividade que há muito o caracteriza, tenta, para além de correr a todas as capelinhas e mais algumas, diariamente efectuar operações de charme, as quais no seu entendimento servem para distender e/ou descrispar a política nacional.
Sendo evidente que ainda está no seu estado de graça e sabendo que a sua popularidade nunca esteve tão em cima, então, é vê-lo a tentar agradar a gregos e troianos, trocando galhardetes de cortesia com todos, sobretudo com quem ainda muito recentemente dizia cobras e lagartos dele.
Não estou a afirmar que esqueceu quem o elegeu e que, para mais, deveria gerir o seu lugar a partir desse pressuposto. De todo que não penso tal. Todavia, para quem se afirma cristão, é bom que se recorde que nem Cristo conseguiu agradar a todos.
Um dia alguém lhe irá cobrar por tal postura. Quando tiver que decidir pelo sim ou não a medidas duras, as quais mais cedo que tarde surgirão, quando a imprevisibilidade política assim o ditar, então é que quero ver quem estará do seu lado e com quem contará. Até lá, são flores meu Senhor!