Que o PSD tem andado, nos últimos meses, um tanto e/ou quanto à nora não é novidade para ninguém. Desde que deixou de ser governo que anda à procura do seu tom, do discurso mais assertivo, do ajuste a nível da linguagem, enfim do (novo) lugar que deve ocupar na cena política nacional. Enfim, é algo que facilmente se perde quando se é governo, onde a autoridade natural da governança se impõe, mas que necessita de algum equilíbrio e busca constante quando se passa para a oposição, sobretudo no presente caso, i.e., ganhando as eleições e (re)confirmando-se como o maior partido.
Não se trata, evidentemente, de reorganizar a partir do caos, pois a orfandade do poder a tanto não obrigou. Contudo, há que apanhar alguns cacos e deitar fora muito do lixo nos últimos anos acumulado. Ora, pelo andar da carruagem, vulgo Congresso ocorrido neste último fim-de-semana, não vislumbro nada disso. Não há renovação, não existe aproveitamento de novos carismas, uma vez que as caras são as mesmas. A não ser a elevação de Maria Luís Albuquerque a vice-presidente não vejo nada de novo. E mesmo esta, no meu entendimento, é um erro completo.
Os discursos pobres e a ausência de novas políticas, com alternativas credíveis a apresentar aos portugueses, foi o pão-nosso de cada dia em Espinho. Os barões primaram pela ausência e, por isso, levaram pancada de água a jarra, com excepção de Pedro Santana Lopes, o qual compareceu para animar as hostes, mas que não se atravessará novamente numa candidatura à Câmara de Lisboa. Assim, resumindo, os presentes aos costumes disseram sim e, deste modo, se adia por mais uns meses a única alternativa que restava aos portugueses.