Imensas vezes somos confrontadas quando perguntamos porquê, com respostas do género “porque eu disse, porque sim, porque eu quero e porque sei que este é o caminho”. As justificações sucedem-se. Tudo porque queremos que façam o que decidimos, porque sabemos o que está certo ou sentimos que essa deve ser a forma de fazer. Ou, dito de outro modo, porque sou pai, porque sou mais velho, porque sou o chefe.
A gestão de pessoas, a sua liderança e inspiração nunca se baseiam num título, função ou estatuto. Não se extingue numa resposta curta, sem envolver ou ouvir outras pessoas.
Há sempre um “porquê”, e mesmo demorando mais tempo, é obrigatório partilhar esta justificação, dar a conhecer o que motiva a decisão. Não existirá outro caminho? Sim, podemos simplesmente mudar as pessoas, arranjando novas caras e começando tudo de princípio. Um caminho que parece mais fácil, mas que não é necessariamente a solução e que não implica a falta de justificações.
Alguém vai querer saber o porquê, vão perguntar e vão duvidar. Porque as pessoas aprendem, porque têm valor e porque podem existir motivos para hoje não estarem a seguir o caminho, mas estão prontas a mudar.
Se o que até agora escrevi tem alguma semelhança com o que se tem passado algures, aqui bem perto, podem crer, não é mera coincidência. É a realidade nua e crua.
Nada mais natural do que querer mudar. Queremos fazer diferente e de um modo mais assertivo. Mas, antes de trocar as pessoas olhemos primeiro para os processos, tendo em linha de conta a comunicação e encontrando a coesão na diferença, criando equipas de trabalho transversais para que o modus operandi mude e assim exista verdadeira mudança.